Queiroga inaugura leitos de UTI em SP e evita falar sobre máscara
Custeio de leitos foi cobrado por São Paulo em fevereiro e chega após segunda onda da Covid-19
atualizado
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São Paulo – O ministro de Saúde, Marcelo Queiroga, inaugurou uma ampliação do número de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para pacientes com Covid-19 no Hospital Municipal de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo nesta sexta-feira (11/6).
Junto ao ministro, estavam o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM) e a deputada federal Carla Zambelli (PSL).
Em conversa com o Metrópoles, Edson Aparecido informou que os recursos para os leitos foram divididos entre o governo municipal e federal e são originados na liberação de verba recente pelo Ministério da Saúde, em abril e maio. O custeio será de R$13 milhões divididos em 50% para a Prefeitura e 50% para o Ministério da Saúde.
“Este é um dos 10 hospitais inaugurados pela Prefeitura de São Paulo para a contenção da Covid-19. Aqui chegam pacientes graves, e já conseguimos 3 mil altas tratados por mais de mil colaboradores. Serão mais 35 leitos de enfermaria e 30 leitos de UTI, totalizando 190 leitos intensivos.”, declarou Aparecido.
Ricardo Nunes, ao fazer a cerimônia, expôs uma declaração de Queiroga. “Como bem disse o ministro, temos que ter política de saúde e não política na saúde”.
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, retribuiu os elogios. “São Paulo nunca faltou para o Brasil. E o compromisso do governo federal é ter todos os brasileiros vacinados”. O ministro evitou falar de estudos que desobrigam o uso de máscara.
Relações estremecidas
O financiamento de leitos de UTI para tratamento de pessoas com Covid-19 foi objeto de conflito entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde no primeiro trimestre de 2021.
Com a virada de ano, em dezembro de 2020, decretos que obrigavam que o governo federal custeasse leitos de UTI venceram. Com a alta de casos de Covid-19, puxada pela disseminação da variante brasileira, no início do ano, o governo de São Paulo passou apuros e teve que ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu em fevereiro que Ministério da Saúde devia bancar leitos de UTI em São Paulo, Maranhão e Bahia.
Um mês depois, em março, as autoridades paulistas reclamavam que o governo federal seguia desrespeitando a decisão da Justiça. “O Governo Federal tem deixado estados e municípios brasileiros numa situação asfixiante. O governo federal é ausente, seja no oxigênio ou no financiamento de UTIs, e isso ele faz de maneira deliberada”, afirmou o vice-governador e Secretário de Governo Rodrigo Garcia. “É uma negação ao SUS o que estamos vivendo sobre o financiamento federal de leitos em São Paulo.”
Uma portaria do Ministério da Saúde liberou recursos para 411 leitos no dia 20 de abril, e para outros 650 leitos em maio.
Nesta sexta (11/6), Queiroga visita São Paulo pressionado pela opinião pública que critica o ministro por demonstrar boa vontade em avaliar um pedido pessoal do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo quer que a obrigatoriedade de uso de máscaras de proteção contra Covid-19 seja dispensada em todo o país.
Mais cedo, na zona oeste da capital, João Doria afirmou que o presidente não se importa com a vida dos brasileiros e reafirmou que Bolsonaro poderá ser multado caso desrespeite as regras sanitárias no estado.