Após 400 mil mortes, Queiroga diz que governo vacina com eficiência
O ministro da Saúde participou da cerimônia de entrega do primeiro lote de 1 milhão de vacinas da Pfizer, no aeroporto de Viracopos (SP)
atualizado
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São Paulo – No dia em que o Brasil chegou a 400 mil mortes por Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, silenciou sobre a nova marca. Em pronunciamento nesta quinta-feira (29/4) durante a chegada ao Brasil do primeiro lote de vacinas da Pfizer, ele disse que o governo federal tem vacinado a população com eficiência.
É a mesma vacina que teve três ofertas para a compra de 70 milhões de doses rejeitadas pelo governo Bolsonaro. Desse total, 3 milhões de doses poderiam ter sido aplicadas até fevereiro.
Veja:
Brasil recebeu hoje as primeiras doses da vacina da Pfizer. Oferecidas ao governo em mais de uma ocasião e colocadas em dúvida pelo presidente Jair Bolsonaro, elas poderiam ter chegado ao país meses atrás.
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— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) April 30, 2021
Em rápida fala, Queiroga reproduziu o jargão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. E citou o versículo João 8:32 – “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – também muito usado por Bolsonaro, ao apontar os empenhos do governo em imunizar os brasileiros.
“Negacionismo é querer negar o óbvio. Nós vacinamos a população com eficiência sem precedentes”, resumiu o ministro.
Queiroga participou da cerimônia de recebimento do primeiro lote com 1 milhão de vacinas da Pfizer produzidas em parceria com a BioNTech. O avião pousou no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), às 19h20, com 20 minutos de atraso.
Na comitiva do governo, também estavam os ministros Fábio Faria, das Comunicações, e Carlos França, das Relações Exteriores, além do prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e do presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo.
“Conscientização da população”
Na tarde desta quinta, o ministro Queiroga participou de um encontro no Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos de Saúde, em São Paulo, onde foram encontradas mais de 100 mil doses da Coronavac.
Na saída, ele comentou rapidamente sobre as 400 mil vidas perdidas para a Covid-19. “Vamos seguir trabalhando bastante em parceria com estados, municípios para a conscientização da população, e contamos com a colaboração da imprensa”.
O comandante da pasta de Saúde também fez questão de fortalecer a parceria com a Pfizer. Em 2020, o governo Jair Bolsonaro rejeitou três propostas de compra de 70 milhões de doses da vacina produzida pela farmacêutica.
Ele também mencionou que o Brasil receberá, dentro de seis dias, 16,8 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19, e comparou a quantidade de fármacos com a população de Portugal, Grécia e Israel, que é abaixo dessa quantidade.
“O governo federal tem compromisso forte de levar imunizantes que sejam seguros, eficazes, efetivos e aprovados pelas nossas autoridades sanitárias. Assim vamos angariar a confiança da sociedade brasileira”, finalizou.
Primeiro lote
O aeroporto de Viracopos recebeu nesta quinta o primeiro lote de vacinas da Pfizer. O governo assinou um contrato que prevê a entrega de 100 milhões de doses até o fim do terceiro trimestre deste ano.
Nesta primeira etapa de distribuição, 500 mil vacinas serão entregues para as 27 capitais do país, destinadas à aplicação da primeira dose, a partir desta sexta-feira (30/4). Na próxima semana, a outra metade será distribuída para que a segunda dose seja administrada.
No final de junho, o Ministério da Saúde prevê o envio de mais 14 milhões de imunizantes.
A entrega não será estendida a outras cidades devido à falta de estrutura para armazenamento nesses locais. As vacinas devem ficar guardadas entre -25 °C e -15 °C por até 14 dias. Ao chegarem às salas de vacinação, os imunizantes serão armazenados entre 2 °C e 8 °C e deverão ser aplicados em até 5 dias.
Hoje, apenas duas fórmulas contra a Covid-19 são usadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI): a Coronavac, feita pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a AstraZeneca, produzida no país pela Fiocruz. Nesta quinta, o Brasil ultrapassou 400 mil mortes pelo novo coronavírus.