Queiroga diz que “não é fiscal de máscaras” de Bolsonaro
Ministro admitiu que o presidente usa o acessório “de maneira irregular”, mas afirmou que o cuidado é “individual”
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, na noite de quarta-feira (1º/9) que “não é fiscal de máscaras” do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
A declaração foi dada em entrevista à rede de televisão Band. Questionado se dá recomendações a Bolsonaro sobre o uso de máscaras, Queiroga disse que o “cuidado é individual”.
No entanto, o ministro admitiu que o presidente usa o acessório “de maneira irregular”. “O presidente usa máscaras. É de maneira irregular, em alguns momentos ele está de máscara, outros não. Não sou fiscal de máscaras do presidente”, pontuou.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro é duramente criticado por não utilizar máscaras em eventos públicos. Cientistas avaliam que o uso do acessório de proteção é imprescindível para evitar a contaminação por Covid-19.
Além disso, o próprio Ministério da Saúde recomenda que a população siga medidas não farmacológicas para frear a disseminação do vírus. Entre elas, está o uso de máscaras.
“Como temos dito aqui, o cuidado é individual, o benefício é de todos. O presidente é um grande defensor da autonomia dos médicos, temos trabalhado juntos de uma maneira muito interativa, tenho uma impressão excelente dele, uma pessoa séria que procura nos apoiar aqui no Ministério da Saúde”, avaliou Queiroga.
No dia 21 de agosto, Bolsonaro foi multado por não usar máscara em Ribeira, cidade do interior de São Paulo, infringindo decreto estadual que obriga o uso da proteção por conta da pandemia. Esta foi a sexta multa recebida pelo presidente por não seguir as regras da Vigilância Sanitária de São Paulo.
Outras críticas atribuídas ao presidente são sobre a vacina contra o coronavírus: apesar de já ter 66 anos, o chefe do Executivo federal ainda não informou ter recebido uma das doses do imunizante. Na quarta-feira, Queiroga defendeu a decisão de Bolsonaro.
“A questão da vacina ele já falou: sou o último. Ele é um soldado, e o soldado diz que é o último a tomar vacina depois que a população brasileira se vacinar. Ele defende a autonomia do médico, eu defendo a autonomia do paciente, apesar de ele não ser o meu paciente. Mas respeito a decisão do presidente e sei que o momento em que ele tomar essa decisão será o melhor pra ele”, apontou o ministro.