metropoles.com

Quase 20 anos depois, mulher denuncia João de Deus: “Vou até o fim”

Moradora de Valparaíso, no Entorno do Distrito Federal, relatou abuso ao Ministério Público de Goiás nessa segunda (10/12)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
istock/foto ilustrativa
Vitima de Joao de Deus
1 de 1 Vitima de Joao de Deus - Foto: istock/foto ilustrativa

Encorajada por outras mulheres que acusam o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, uma dona de casa, moradora de Valparaíso, município goiano que fica a menos de 40km do Distrito Federal, resolveu denunciá-lo nessa segunda-feira (10/12). Ela conta ter sido abusada pelo líder espiritual em 1999, durante uma visita à Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

“Encaminhei um e-mail para o Ministério Público de Goiás ontem [segunda-feira, 10] e penso em ir pessoalmente também. Agora, vou até o fim. Quero que ele pague pelo mal que fez”, disse a mulher ao Metrópoles, na manhã desta terça-feira (11).

Ela conta que foi abusada em uma das visitas à Casa Dom Inácio. Em uma sala ampla, com sofá, mesa e um quadro pendurado na parede com a imagem do médium pintada a óleo, diz que teve a oportunidade de ficar diante do homem procurado por milhares de pessoas que vão a Abadiânia em busca de curas de doenças. “Estava passando em frente à sala e vi a porta aberta. Perguntei se podia entrar e logo os ajudantes me deixaram sozinha com ele”, relatou.

A dona de casa, hoje aos 41 anos, estava com o marido, que ficou do lado de fora. A portas fechadas, João de Deus a atacou e pediu que a ela continuasse de pé. Em seguida, a puxou para perto do seu corpo e começou a gemer em seu ouvido.

“Com a voz asquerosa, ofegante, pediu para que eu fechasse os olhos. Começou a apalpar meu corpo, na frente, atrás, de repente botou minha mão dentro da calça dele. Fechei a mão e ele tentava abri-la. Empurrava a minha cabeça para baixo (em direção ao pênis). O afastei e disse: ‘Não, não, não’. Ele retrucava: ‘Minha filha, é oração. Para você ficar boa”, detalhou.

A mulher conseguiu se desvencilhar, abriu a porta e foi embora. Nunca mais voltou à Casa Dom Inácio. Contou o caso ao marido e a um amigo. Mas, em depressão, não denunciou João de Deus. “Quem ia acreditar em mim, uma empregada doméstica? Era minha palavra contra a dele. Iam alegar que eu era doida”, disse.

Ela contou ainda que, na ocasião, estava muito debilitada emocionalmente. Não teve forças e ficou com medo. “Achei que isso só tinha acontecido comigo. Agora que vi todas essas denúncias, espero que a justiça seja feita. Esperei todos esses anos por isso”, garantiu a mulher, que se emociona ao contar os detalhes do que viveu em 1999, na época aos 22 anos.

O advogado de João de Deus, Alberto Toron, em entrevista ao Fantástico no último domingo (9), disse que o médium “nega e recebe com indignação a existência dessas declarações”. “O que quero esclarecer, que me parece importante que se esclareça ao grande público, é que ele tem um trabalho de mais de 40 anos naquela comunidade, atendendo a todos os brasileiros, atendendo gente de fora do país, sem nunca receber esse tipo de acusação”, destacou o defensor.

Denuncie
O MPGO criou um e-mail específico para que as vítimas possam encaminhar seus relatos: denuncias@mpgo.mp.br.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?