No Brasil, 29% se dizem de direita, e 15%, de esquerda
Pesquisa DataSenado/Nexus revela panorama do posicionamento político entre os brasileiros. Mais de 21 mil pessoas foram entrevistadas
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisa sobre o Panorama Político 2024, feita pelo DataSenado em parceria com a Nexus, revela que a maior parte dos brasileiros com posicionamento definido diz ser de direita. Os dados apontam que 29% dos entrevistados se identificam com esse espectro político, enquanto 15% dizem ser de esquerda e 11% de centro.
Os três grupos, juntos, somam 55% da população do Brasil. Os demais 45%, conforme o levantamento, disseram não se identificar com nenhum posicionamento político ou não souberam ou quiseram responder.
A pesquisa ouviu 21.808 pessoas de todos os estados do país entre os dias 5 e 28 de junho deste ano. O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 1,22 ponto percentual. Esse é o maior levantamento já feito sobre o tema no Brasil.
Direita prevalece nos segmentos apurados
O número geral de 29% de direita, 15% de esquerda e 11% de centro independe de renda familiar, escolaridade, raça, gênero e estado. Os números revelam, no entanto, que quando se analisa cada segmento, separadamente, a direita também prevalece na maioria.
“Embora haja diferenças entre os segmentos, em todos a direita prevalece, à frente da esquerda e do centro, com exceção do grupo sem religião ou de brasileiros de religiões que não são a católica ou a evangélica”, diz Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
Entre os evangélicos, por exemplo, 35% dizem ser de direita, 9% de centro e 8% de esquerda. Entre os católicos, são 28% de direita, 15% de esquerda e 10% de centro. No grupo “outras ou sem religião”, direita e esquerda empatam com 21%, enquanto o centro fica com 13%.
Confira a página especial sobre as Eleições de 2024
Público sem predileção política
Em todos os casos, chama a atenção a quantidade expressiva de pessoas que dizem não se identificar com nenhum dos lados. A analista de opinião pública do DataSenado, Elga Lopes, considera esse dado relevante, ainda mais considerando a proximidade das eleições municipais.
“Ainda que as preferências ideológicas sejam um tema de destaque no debate público recente, chama atenção o elevado desinteresse do eleitor brasileiro pelos três principais espectros políticos. É expressiva a fatia da população que não se identifica com nenhum deles”, diz ela.
Entre os homens, o percentual de não identificação chega a 34% e, entre as mulheres, atinge os 46%, ou seja, quase metade do público feminino diz não ser nem de esquerda, nem de direita, nem de centro.
Direita é maior entre homens e brancos
Na análise por gênero, a presença de eleitores de direita é maior entre os homens. Nesse grupo, 34% se consideram pertencentes a esse espectro político. Entre as mulheres, o percentual cai para 24%.
Os dados por raça mostram que 32% dos brancos se dizem de direita, enquanto entre autodeclarados pretos, pardos ou indígenas cai para 26%.
Os estados com mais eleitores de direita, conforme a pesquisa, são Rondônia, com 41%, Santa Catarina, 37%, Paraná e Mato Grosso, com 36% cada. Já no campo oposto, Pernambuco e Rio Grande do Norte lideram com o maior percentual de pessoas de esquerda, com 18%. Em seguida, vem o Ceará, com 17%.