Quadrilha de delegado cobrava propina até para promover festa
Demétrio Afonso Alves, delegado da Polícia Civil do Rio, extorquia lojistas para permitir venda de produtos piratas na cidade de Petrópolis
atualizado
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Preso sob a acusação de liderar uma quadrilha que exigia propina para comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, titular da Delegacia do Consumidor (Decon), da Polícia Civil do Rio, chegou a bancar uma festa de fim de ano para policiais com os recursos obtidos em suas operações ilegais.
Demétrio foi preso nessa quarta-feira (30) em uma operação conduzida pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) que investigou o esquema de recolhimento de propina chefiado por ele.
Entre as acusações, os promotores apontam que integrantes do grupo de Demétrio extorquiam lojistas que comercializavam produtos piratas para que não fossem realizadas apreensões.
A denúncia oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP relata uma discussão de uma integrante da quadrilha de Demétrio, com uma lojista que se recusou a pagar propina para “custear a celebração de final de ano de policiais”.
A mulher que negociava em nome do grupo de Demétrio seria uma comerciante local, apontada como intermediária entre os comerciantes induzidos a participar do esquema e os agentes da delegacia especializada, que centralizam a cobrança de propinas.