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PT protocola ação que denuncia movimentação política de Campos Neto

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas ofereceu um jantar em homenagem ao presidente do Banco Central

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal
1 de 1 imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados protocolou, nesta quarta-feira (19/6), uma ação popular em que denuncia a suposta movimentação político-partidária do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A ação é protocolada no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide a respeito da taxa básica de juros, a Selic.

De acordo com a bancada petista, Campos Neto tem realizado uma movimentação político-partidária ao ter participado de um almoço oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 10 de junho.

“Essa ostensiva motivação político-partidária, amplamente noticiada na mídia, evidencia um potencial envolvimento com políticas privadas de interesse de um estreito grupo econômico em detrimento ao interesse público, o que pode afetar diretamente a imparcialidade do Banco Central, em uma clara atitude que contraria os princípios norteadores da administração pública previstos na Constituição Federal”, argumenta a bancada do PT.

Como mostrou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Tarcísio de Freitas ofereceu um jantar em homenagem a Campos Neto no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O evento reuniu aproximadamente 60 pessoas, entre banqueiros e ex-ministros.

“É imperativo que o presidente do Banco Central do Brasil se abstenha de ostentar motivações de natureza política enquanto estiver no exercício do cargo, mantendo sua conduta alinhada com a autonomia conferida pela lei”, diz trecho da ação movida pelo PT.

Tarcísio de Freitas é tido como potencial candidato à Presidência em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continue inelegível. O governador de São Paulo demonstra aprovação da direita e também de setores da economia. Na gestão passada, ele foi ministro da Infraestrutura.

A bancada do PT alega que o encontro do presidente do Banco Central com o possível candidato ao Palácio do Planalto demonstra um interesse privado de Campos Neto, “em notória violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também tem criticado a movimentação de Campos Neto. Em entrevista à CBN, o petista declarou que Campos Neto tem “lado político” que prejudica o país, em relação à Selic.

Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente Bolsonaro para comandar o Banco Central até 31 de dezembro de 2024, com direito a uma recondução. No entanto, o governo petista tem manifestado desacordo com a condução do atual presidente do BC.

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