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PT marca ato contra prisão de Lula na data do centenário de Mandela

Estratégia é insistir no argumento de que Lula é “preso político”, como foi o líder sul-africano

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Lula fica no Sindicato dos Metalúrgicos até que decida se entregar para a Policia Federal  – São Paulo – DF 07/04/2018
1 de 1 Lula fica no Sindicato dos Metalúrgicos até que decida se entregar para a Policia Federal – São Paulo – DF 07/04/2018 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) está organizando um ato de protesto em Curitiba (PR), em 18 de julho, para marcar os 100 dias de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Após a frustrada tentativa de tirar Lula da cadeia, que escancarou a divisão no Judiciário, a ordem do comando petista é para que os manifestantes associem a data do protesto ao aniversário do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Morto em 2013, o líder da luta contra o apartheid faria 100 anos em 18 de julho de 2018. Os 100 dias da prisão do ex-presidente, porém, se completam no 15º dia deste mês.

Lula lidera as pesquisas de intenção de voto e já comparou sua situação à de Mandela. Em 24 de janeiro, por exemplo, horas depois do julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que ampliou sua pena para 12 anos e 1 mês de reclusão, o petista fez um discurso inflamado, na Praça da República, no centro de São Paulo, dizendo que voltaria ao Palácio do Planalto.

“Prenderam o Mandela. Ele ficou preso por 27 anos, mas nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente”, declarou. “Vou avisar a elite brasileira: esperem, porque nós vamos voltar”, completou.

O PT vai insistir no argumento de que Lula é “preso político”, como foi Mandela, que após deixar a prisão governou a África do Sul de 1994 a 1999.

Dirigentes do partido preparam manifestações em todo o país. O calendário de mobilização, aprovado nesta segunda-feira (9/7) pela cúpula da legenda, prevê uma série de atividades até 15 de agosto, quando a sigla pretende registrar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva – embora tudo indique que sua entrada no páreo será barrada pela Lei da Ficha Limpa. Para o dia da inscrição de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os petistas programaram um “grande ato”, em Brasília.

Na sexta-feira (13/7), militantes do PT planejam se concentrar diante do TRF-4, em Porto Alegre, em mais uma tentativa de chamar a atenção para a prisão do ex-presidente. O ato foi batizado como “Dia Nacional de Luta por #LulaLivre” e deverá ocorrer também em outras capitais.

A estratégia do partido consiste em acumular força para chegar à eleição com a narrativa da perseguição contra Lula. A avaliação da legenda é a de que, se ele não puder ser candidato, terá grande poder de transferência de votos como cabo eleitoral. Embora o discurso oficial do PT seja que não existe “plano B” para substituir o petista, o mais cotado para ser o seu herdeiro na chapa é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

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