PT analisa decisão de Fachin com cautela, por também beneficiar Moro
Processos contra Lula não foram extintos e defesa teme “pegadinha” que permita novas condenações antes das eleições de 2022
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Enquanto a esquerda comemora nas redes sociais a anulação dos julgamentos que condenaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pessoas próximas ao ex-presidente analisam a decisão de Edson Fachin com cautela.
Uma das pessoas que disse publicamente ver a situação com cuidado é a presidente do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffmann.
“Estamos aguardando a análise jurídica da decisão do ministro Fachin, que reconheceu com cinco anos de atraso que Sergio Moro nunca poderia ter julgado Lula”, declarou Hoffmann.
O perfil oficial do Partido dos Trabalhadores se restringiu a postar apenas a hashtag “#LULAINOCENTE“, seguindo com uma programação normal de conteúdo alusivo ao Dia das Mulheres.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou todas as condenações que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelecidas no âmbito da Operação Lava Jato na justiça paranaense nesta segunda-feira (8/3).
Ao declarar que a justiça do Paraná não deveria ser responsável pelo processo, Fachin torna sem efeito os processos de suspeição que pesam contra Moro, beneficiando o ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
Além do processo contra Moro se tornar sem efeito, a defesa de Lula estuda se os processos em Brasília recomeçariam do zero. Se não for essa a situação, haveria tempo hábil para novas condenações antes das eleições de 2022.
Outras lideranças, no entanto comemoraram a decisão, caso de Guilherme Boulos, do PSol.
Com 3 anos de atraso, Fachin anula condenações de Lula. A farsa que elegeu Bolsonaro está desmontada. Ganha a democracia. Parabéns @LulaOficial!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) March 8, 2021
“Uma alegria política no meio da desgraça nacional”, declarou a filósofa Márcia Tiburi, ex-candidata à Prefeitura do Rio pelo PT.