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PT acusa ex-presidente da Petrobras de prevaricar e pede investigação

Bancada do PT na Câmara acusa Roberto Castello Branco de não ter apresentado supostas provas por “interesse pessoal”

atualizado

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Tomaz Silva/Agência Brasil
Castello Branco
1 de 1 Castello Branco - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara apresentou, nesta segunda-feira (27/6), uma representação criminal contra o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. Ele afirmou, em um grupo de mensagens no WhatsApp com outros economistas, ter material que poderia incriminar o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os deputados criticam a postura do ex-presidente da estatal frente às supostas provas que incriminariam Bolsonaro. Em troca de mensagens obtidas com exclusividade pelo Metrópoles, Castello Branco afirma que áudios e mensagens comprometedoras ficaram em seu celular corporativo, que devolveu à Petrobras quando deixou o cargo, em abril de 2021.

“Qualquer servidor público tem o dever funcional de levar as autoridades legais informações acerca de crimes ou indícios de práticas delitivas que tenham conhecimento, sob pena de responsabilização, em tese, pela conduta criminosa de prevaricação.”

No documento, os deputados acusam Castello Branco de esconder as provas, na época, para manter seu posto como presidente da estatal.

Eles pedem que seja instaurado uma investigação para “analisar a conduta omissiva do ex-presidente da Petrobras” e que o celular em que estaria as provas seja periciado. Por fim, requerem que sejam adotadas as medidas “penais, cíveis e administrativas pertinentes” em relação a Castello Branco ou a Bolsonaro.

Veja a íntegra do documento:

PDF Representação Criminal – Roberto Castello Branco – Crimes Bolsonaro_ (1) by Júlia Portela on Scribd

3 imagens
Prints de mensagens de Castello Branco
Prints das mensagens do ex-presidente da estatal
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Castello Branco alega que mensagens incriminam Bolsonaro

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Prints de mensagens de Castello Branco

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Prints das mensagens do ex-presidente da estatal

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Entenda

Castello Branco debatia com Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, em um grupo de economistas no WhatsApp, sobre a elevação do preço dos combustíveis. A conversa ocorreu ao longo do último sábado (26/6).

Novaes diz que o colega economista – primeiro presidente da Petrobras na gestão de Bolsonaro, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ataca a atual gestão do governo federal.

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, afirmou o ex-presidente da estatal.

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, concluiu Castello Branco, sem entrar em detalhes sobre quais crimes o presidente teria cometido e estariam registrados no aparelho.

Em outro trecho da discussão, Roberto Castello Branco classifica Bolsonaro como “psicopata” ao relatar uma teoria conspiratória que teria sido dita a ele pelo chefe do Executivo federal.

“Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”, afirmou o ex-dirigente da petrolífera. Castello Branco tinha assumido o comando da empresa justamente depois de trabalhar por 15 anos na Vale, onde foi economista-chefe e diretor de relações com investidores.

Castello Branco deixou o comando da Petrobras após sucessivos ataques de Bolsonaro pelos reajustes sucessivos nos preços da gasolina e do diesel, que levaram a pressões de caminhoneiros sobre o governo federal.

Metrópoles entrou em contato com Roberto Castello Branco. O economista afirmou que não iria falar sobre o assunto, mas não negou a veracidade da conversa. “Se nunca comentei, não vou comentar agora. Até porque me desfiz das provas”, respondeu ao questionamento da reportagem.

Rubem Novaes também disse que não comentaria a troca de mensagens, porque ela aconteceu em um grupo fechado, e também não negou a autenticidade da discussão.

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