PSol processará juíza que acusou Marielle de envolvimento com tráfico
Em rede social, Marilia Castro Neves afirmou que a vereadora era apoiada pelo Comando Vemelho e “estava engajada com bandidos”
atualizado
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A desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), publicou, nesta sexta-feira (16/3), uma série de acusações sobre a vereadora Marielle Franco, morta na quarta-feira (14).
Como reação, o PSol (Partido Socialismo e Liberdade) – do qual Marielle fazia parte – anunciou que abrirá ação criminal por calúnia e difamação contra a juíza, além de fazer uma representação oficial ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
No Facebook, Marilia Castro Neves disse que a vereadora “estava engajada com bandidos” e também que Marielle teria sido assassinada porque “descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, que, segundo ela, seriam do Comando Vermelho.
Marilia ainda classificou os protestos e manifestações que transcorreram após o assassinato da vereadora como “mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.“Ela, mais do que qualquer outra pessoa ‘longe da favela’, sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais transacionava. Até nós sabemos disso. A verdade é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora, mas temos certeza de que seu comportamento, dilatado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim”, acrescentou a magistrada.
A juíza não foi a única autoridade a compartilhar as notícias falsas sobre o passado de Marielle. O deputado Alberto Fraga também usou redes sociais para disseminar o mesmo conteúdo.
O assassinato
Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos na noite de quarta-feira (14), enquanto voltavam de um debate com mulheres negras na região da Lapa, Zona Central do Rio de Janeiro.Ela foi atingida por quatro tiros, já o motorista levou três. A assessora parlamentar que acompanhava a vereadora também estava no veículo na hora do ataque, mas sobreviveu.
A linha de investigação defende que a ativista de direitos humanos teria sido executada por estar envolvida em denúncias de violência policial contra moradores de comunidades carentes. Não está descartada participação de agentes do Estado.