A denúncia foi apresentada pelas deputadas federais Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Vivi Reis (PA).
O Metrópoles apurou que empresários como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii, participavam de um grupo de WhatsApp em que defendiam a volta do regime militar no Brasil e faziam ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
14 imagens
1 de 14Reprodução/Instagram
2 de 14
O empresário Luciano Hang, 48, nascido no Vale do Itajaí, é dono da rede de lojas Havan.
Orlando Brito
3 de 14
Em 2018, durante as eleições, o empresário publicou vídeo no Facebook para anunciar o apoio ao, na época, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Contudo, para pedir votos, ele pagou para impulsionar o vídeo, o que é considerado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Igo Estrela/Metrópoles
4 de 14
Ele acabou sendo condenado pelo TSE a pagar R$ 2 mil pela propaganda irregular
Reprodução/Facebook
5 de 14
Na época, o catarinense chegou a gravar outro vídeo ameaçando os funcionários da rede. Segundo ele, se Bolsonaro perdesse, 15 mil colabores das lojas Havan seriam demitidos
Repdrodução/Instagram
6 de 14
Vestido de terno verde com gravata amarela, Luciano se apresentou em live, ao lado do já presidente Bolsonaro, como “véio da Havan”, em 2019
Reprodução/Facebook
7 de 14
O empresário bolsonarista se intitulava como patriota, dizia que o governo estava 100% no caminho certo e que assinava embaixo de todas as decisões do presidente
Reprodução/Instagram
8 de 14
Com a saída de Sérgio Moro do governo, Luciano afirmou estar decepcionado e disse que não tinha político e nem partido de estimação
Rafaela Felicciano/Metrópoles
9 de 14
Em 2020, a ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa afirmou que Jair Bolsonaro efetuou uma série de interferências no órgão – incluindo a demissão dela – para atender interesses de Hang
Reprodução/Twitter
10 de 14
Após declaração do presidente, Luciano negou que teria pedido para o Bolsonaro interferir no Iphan por conta dele. Poucos meses depois, o dono da Havan também afirmou que não era bolsonarista, "como dizem"
Rafaela Felicciano/Metrópoles
11 de 14
Hang era suspeito de financiar uma milícia digital que estaria a serviço de Bolsonaro desde a campanha de 2018. O empresário também teve a conta no Twitter bloqueada em 2020, após inquérito que investigava a disseminação de fake news e ameaças contra ministros da corte
Reprodução/Instagram
12 de 14
No final de 2020, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu quebra de sigilo bancário e fiscal de Luciano Hang por disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro em 2018
Reprodução/Facebook
13 de 14
Em setembro de 2021, Luciano Hang prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPI) sob a suspeita de integrar o chamado gabinete paralelo formado por médicos e empresários que teriam aconselhado Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19
Rafaela Felicciano/Metrópoles
14 de 14
O dono da Havan, Luciano Hang, afirmou que cogita se candidatar nas eleições de 2022 para concorrer ao Senado Federal. O empresário também disse que o rótulo de aliado do Bolsonaro é usado de forma pejorativa e que não apoia tudo o que o presidente faz
“Sempre soubemos que os empresários apoiadores de Jair Bolsonaro não possuem apreço pelas liberdades democráticas, mas provas tão contundentes como essas não podem passar despercebidas. Eles cometem um crime contra a Constituição e as liberdades democráticas quando fomentam ameaças golpistas. ”, afirma Melchionna.
Para as deputadas, a troca de mensagens representa graves ataques ao sistema eleitoral e expõe a divulgação de informações falsas sobre a apuração das eleições no Brasil. De acordo com as parlamentares, as postagens são “ informações falsas de fraude eleitoral e ameaças abertas ao estado democrático de direito, tendo tido, inclusive, postagens e vídeos retirados das redes sociais por flagrante divulgação de desinformação”.
O documento apresentado pelas parlamentares é endereçado ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Alexandre de Moraes, que também é relator do inquérito que investiga as ações das milícias digitais.