PSL lamenta saída de Moro e acusa Bolsonaro de obstruir a Justiça
Para a legenda, a demissão do ministro foi “forçada” mediante o afastamento de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal
atualizado
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O PSL divulgou nota em repúdio ao processo de afastamento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de cometer crime de responsabilidade e de obstrução de Justiça, diante as acusações feitas por Moro ao deixar o governo.
Para a legenda, a demissão de Moro foi “forçada” mediante o afastamento de Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal, como uma “clara interferência política do presidente Jair Bolsonaro no combate ao crime organizado”. A ação seria, segundo o PSL, é contrária as promessas de campanha.
“O PSL repudia o processo que culminou na saída do ministro da justiça Sergio Moro, forçada pela demissão injustificada do diretor-geral da Polícia Federal, Marcelo Valeixo, numa clara interferência política do presidente Jair Bolsonaro no combate ao crime organizado, que não só contraria suas promessas de campanha, mas incorre num conjunto de crimes de responsabilidade, inclusive o de obstrução de Justiça”, escreveu, o partido.
A sigla categorizou Moro como o “ex-juiz símbolo da Lava Jato” e disse que as recentes manifestações de Bolsonaro ferem princípios democráticos.
“Depois de participar ativamente das manifestações que instigavam um golpe contra o congresso e o STF e isolar o ministro Paulo Guedes, Bolsonaro encerra a semana com a saída do ex-juiz símbolo da Lava Jato. Desta forma, afasta-se completamente dos princípios da defesa das instituições democráticas, da promoção da economia liberal e do combate ao crime organizado”, argumentou, por nota.
No texto, o partido disse que Bolsonaro descumpriu acordos democráticos combinados com a legenda antes das eleições e que os depoimentos de Moro acerca do mandatário mostram o “distanciamento do presidente dos nossos valores”.
Bolsonaro foi eleito pelo PSL em 2018. Porém, deixou o partido após um racha na sigla entre os bolsonaristas e os que apoiavam o presidente da legenda, Luciano Bivar. Até hoje, o chefe do Executivo está sem filiação.
Confira a nota na íntegra:
“O PSL repudia o processo que culminou na saída do ministro da justiça Sérgio Moro, forçada pela demissão injustificada do diretor-geral da Polícia Federal, Marcelo Valeixo, numa clara interferência política do presidente Jair Bolsonaro no combate ao crime organizado, que não só contraria suas promessas de campanha, mas incorre num conjunto de crimes de responsabilidade, inclusive o de obstrução de justiça.
Depois de participar ativamente das manifestações que instigavam um golpe contra o congresso e o STF e isolar o ministro Paulo Guedes, Bolsonaro encerra a semana com a saída do ex-juiz símbolo da Lava-Jato. Desta forma, afasta-se completamente dos princípios da defesa das instituições democráticas, da promoção da economia liberal e do combate ao crime organizado.
O PSL reafirma que estes são seus princípios históricos de mais de 22 anos, e que o então candidato Jair Bolsonaro assumiu o compromisso formal com o partido de pratica-los em caso de eleito. Poucos meses depois, porém, o presidente já dava sinais inequívocos de abandonar acordos, e os atos desta semana são apenas o desfecho do processo de distanciamento do presidente dos nossos valores.
O PSL se mantém inabalável a seus princípios em defesa de nossas instituições, a economia de mercado, a liberdade, a vida e a moral.
Partido Social Liberal – PSL”