Provocado por Moro, Dino diz que deixará debate político nas redes
O ministro Dino, sabatinado para vaga no STF, brincou que manterá perfis porque precisa de um local para falar sobre o Botafogo
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, brincou em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado afirmando que não deletará as redes sociais se receber aprovação para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), porque precisa de um fórum para comentar sobre futebol. Ele disse, porém, que não deverá mais falar de política.
Questionado nesta quarta-feira (13/12) pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se deixaria de “frequentar o Twitter como frequenta hoje”, Dino respondeu: “É claro que eu deixo a vida política em todas as dimensões, inclusive as redes sociais, não opinarei sobre temas políticos”.
“Pretendo manter as redes sociais, nunca pensei nisso, mas a princípio temas jurídicos são bem-vindos e preciso de algum lugar para falar do Botafogo e do Sampaio Corrêa”, disse, em tom de brincadeira. Dino também fez piada sobre Moro não ter votado ainda na sabatina da CCJ, “O que me enche de esperança”.
Nessa resposta, o ministro falou sobre o “sacrifício” de abandonar o trabalho político e disse que gosta “muito da atividade política, não considero penoso, respeito muito a política”.
Ao perguntar para o candidato ao STF, Moro colocou sua “posição”: “Sei de magistrados que estão nas redes sociais, eu nunca estive antes de ser ministro da Justiça, agora continuo, porque sou político, senador”.
As sabatinas de Dino e do indicado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, no Senado, acontecem nesta quarta. Os dois precisam passar pelo crivo do órgão para assumir os cargos.
Acompanhe a sabatina de Flávio Dino e Paulo Gonet na CCJ do Senado:
Debates
Ao longo das primeiras cerca de nove horas de sabatina, os candidatos ao Supremo e à PGR responderam perguntas de mais de 20 parlamentares. Os indicados de Lula foram questionados sobre assuntos diversos, desde a atuação do governo durante o 8 de janeiro, à imparcialidade do judiciário e a descriminalização das drogas.
Apesar de extensa, a audiência vem se desenrolando em temperatura morna. O ministro Flávio Dino, alvo constante da oposição, evitou entrar em embates e adotou um tom moderado nas respostas aos senadores.
Durante sua fala na comissão, Dino pregou harmonia entre poderes e afirmou que não quer entrar em “debates políticos”. “Vim aqui responder ao atendimento de dois requisitos constitucionais: notável saber jurídico e reputação ilibada”, ressaltou.
Votação
O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a sessão, abriu a votação para validação das indicações de Lula na CCJ. Para que os nomes sejam aprovados na comissão, são necessários os votos da maioria do colegiado. O número dependerá do quórum da sessão.
Após a votação na CCJ, as indicações seguirão para o plenário do Senado, onde serão avaliadas pelos 81 senadores. Os indicados precisam receber pelo menos 41 votos favoráveis para que as nomeações possam ser oficializadas. Os votos são secretos.