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Mesmo com provas anuladas por Toffoli, ex-diretor da Odebrecht reclama

Entre os argumentos, está a de que, mesmo com anulação de Toffoli, os réus não conseguem recuperar suas imagens e vida

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1 de 1 Imagem colorida de Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal - Metrópoles - Foto: Andre Borges/Especial Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli anulou todas as provas das delações da Odebrecht no caso da Lava Jato e as chamou de “ilegítimas”. Entretanto, o ex-diretor jurídico da Odebrecht Maurício Ferro se pronunciou sobre o assunto em seu próprio site, e ressaltou que, apesar da medida, a anulação do acordo não é suficiente para reparar os danos causados aos acusados.

Ferro, além de ex-diretor jurídico, também é cunhado de Marcelo Odebrecht, o qual se afastou durante o escândalo da Lava Jato. Entre os assuntos abordados, ele se ressente de Curitiba, no Paraná, onde a maior parte do processo de investigação se passou, além de refletir sobre a imagem pública dos envolvidos.

“Por mais que se desmascare esta aberração jurídica e se desinfete a alma com a possibilidade de se colocar na cadeia esses trapaceiros da lei, os danos que causaram à sociedade e aos indivíduos são irreparáveis”, afirma Maurício Ferro.

Ele argumenta que, mesmo inocentados no processo penal pelo STF, os investigados pela Lava Jato que se tornaram réus não conseguem sempre retomar suas vidas. “Mesmo assim, convivem e conviverão pelo resto da vida com o trauma do sofrimento e com as cenas de exposição na mídia e nas redes sociais de seus depoimentos, prisões e exposição de familiares”, explica.

“Seus filhos sofreram preconceitos nas escolas, os bancos cancelaram suas contas correntes, foram expulsos de clubes recreativos e outros tiveram seus vistos de entrada em demais países cancelados. Alguns sofreram perseguições em outros países. Foram abandonados pelos amigos ou, supostos amigos e, até mesmo familiares lhe deram as costas”, completa.

Maurício Ferro ainda destaca que os réus terão dificuldades em atividades como venda de imóveis, acesso a crédito, e muito menos contratação no mercado de trabalho. “Tornou-se um nada social, uma mera alma vagante no mundo privado”, conclui o executivo.

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