metropoles.com

Proposta de Sergio Moro é retirada de pacote anticrime

O projeto criava um instrumento que permitiria ao acusado se declarar culpado e, em troca, teria a pena reduzida

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
HUGO BARRETO/ METRÓPOLES
Brasília (DF), 30/07/2019 Sergio Moro. Reunião da Secretaria Nacional do Consumidor com os Procons Estaduais. Local: Sala de reunião Ana Paula Galdino – SCN Quadra 06, Bloco A, Torre I, 2 andar, Shopping ID. F
1 de 1 Brasília (DF), 30/07/2019 Sergio Moro. Reunião da Secretaria Nacional do Consumidor com os Procons Estaduais. Local: Sala de reunião Ana Paula Galdino – SCN Quadra 06, Bloco A, Torre I, 2 andar, Shopping ID. F - Foto: HUGO BARRETO/ METRÓPOLES

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sofreu mais uma derrota na discussão do pacote anticrime na Câmara dos Deputados. O grupo de trabalho que analisa a proposta rejeitou, por oito votos a três, a possibilidade de réus que confessarem seus crime receberem em troca uma pena menor, o chamado “plea bargain”. Antes do recesso, os parlamentares já haviam recusado a aprovação da prisão após a 2ª instância.

A proposta de Moro criava no país um instrumento jurídico comum na justiça americana. A medida permitiria que o acusado se declarasse culpado de um crime e, assim, estaria dispensado de se submeter ao processo. Desse modo, o julgamento pularia para a fase final, onde o juiz, em troca da confissão, aplicaria uma pena mais branda, conforme acordado entre as partes.

O conchavo lembra um pouco a delação premiada, mas a grande diferença é que, nesta, o réu precisa identificar outros autores. Além disso, o acusado não é liberado do processo penal. No caso do plea bargain, vale apenas a confissão dos próprios crimes e a ação é encerrada.

Ao negar a proposta, um grupo de parlamentares afirmou que a medida desrespeitaria o preceito constitucional da presunção de inocência, previsto na legislação atual. O tema, contudo, pode voltar a ser apresentado em um projeto à parte, segundo o relator do pacote, Capitão Augusto (PL-SP).

O grupo de trabalho, no entanto, aprovou a não persecução penal que permite o encerramento da ação na hipótese de o investigado se declarar culpado. O caso, todavia, difere da proposta de Moro, tendo em vista servir somente para crimes não violentos, com pena máxima inferior a 4 anos de prisão.

A grande diferença entre o plea bargain e a não persecução penal é que, no caso da medida proposta por Moro há a necessidade de oferecimento de denúncia pelo Ministério Público e não limite de pena. Na proposta aprovada, que foi elaborada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e incorporada por Moro no pacote anticrime, a punição é substituída ainda na fase de inquérito, sem abertura de ação.

O relator do projeto no grupo, Capitão Augusto, afirmou há uma “má vontade” dos parlamentares com as medidas do ex-juiz da Lava Jato. A proposta deve ser alterações em pelo menos dez pontos.

Paralelamente à discussão na Câmara, o Senado também analisa o pacote apresentado por Moro. O texto que está sendo discutido na íntegra pelos deputado, entre os senadores foi dividido em três partes. Antes do recesso parlamentar, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a criminalização do caixa dois.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?