Projeto voluntário ajuda jovens de favelas a estudarem para vestibular
UniFavela foi criada por estudantes de cursos superiores que moram no Complexo da Maré e acompanham as dificuldades da educação na área
atualizado
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Há quase quatro anos, estudantes de comunidades da Maré (RJ) que sonham em entrar em um curso superior têm um aliado na caminhada: o projeto UniFavela. A iniciativa reúne 38 professores que dão aula gratuita às noites para qualquer um, independentemente de idade ou escolaridade, que deseja dar um passo rumo à universidade.
A UniFavela foi criada em 2018 pelo estudante de Letras Laerte Breno, de 26 anos. Ele conta que a ideia surgiu quando um amigo pediu ajuda a ele para estudar para o vestibular. Então, ao lado das colegas graduandas de história Daniele Figueiredo e Letícia Maia, o projeto começou a tomar forma.
“Em 2018, eu e um grupo de jovens começamos em uma laje, na favela da Maré, monitorias para tirar dúvidas sobre vestibular. Hoje, temos o próprio espaço e nos tornamos uma instituição socioeducativa com diversas ações sociais dentro de um território que sofre com a violência”, explica Breno.
Desde sua formação, ao menos 200 alunos já passaram pela UniFavela, e a iniciativa segue crescendo. Neste ano, as aulas serão ministradas na Vila do João, no período da noite, e a procura foi tamanha que a equipe decidiu reabrir as inscrições após o prazo final.
Em 2019, o projeto se tornou um curso de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com menção honrosa. No mesmo ano, os 10 alunos matriculados na UniFavela conseguiram a aprovação em uma universidade.
Segundo os fundadores, a motivação é a inserção de jovens e adultos da Maré na universidade, corrigindo um déficit de formação universitária de qualidade na população local. São 17 favelas no complexo da Maré, e cerca de 140 mil habitantes.