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Professores de SP ameaçam greve contra início de aula presencial sem vacina

Categoria quer prioridade no programa de imunização contra o novo coronavírus. Secretaria de Educação teme crescimento da evasão escolar

atualizado

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Retorno das aulas do ensino médio no estado de São Paulo. Escola Estadual Professor Milton da Silva Rodrigues, no bairro Freguesia do Ó
1 de 1 Retorno das aulas do ensino médio no estado de São Paulo. Escola Estadual Professor Milton da Silva Rodrigues, no bairro Freguesia do Ó - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo –  O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) ameaça colocar a categoria em greve caso o governo estadual determine o retorno das aulas presenciais sem a vacinação dos docentes.

O início das aulas em todas as escolas do estado de São Paulo está previsto para o dia 1º de fevereiro. Até então, o retorno às atividades presenciais era opcional.

A associação também anunciou que irá à Justiça para barrar a contratação de professores temporários exclusivos para aulas presenciais.

Segundo o plano do governo estadual, professores seriam imunizados apenas na quarta fase da campanha de vacinação.

Rossieli Soares, secretário da Educação do estado de São Paulo, defende que o ensino público seja considerado uma atividade essencial. Isto é, que escolas permaneçam em funcionamento mesmo em momentos restritivos da quarentena.

“Tem de ser prioridade manter a escola aberta com segurança para ter algum tipo de atividade para os estudantes. No mundo inteiro, mesmo com ondas maiores de casos, a educação é essencial. Se depender de mim, escola tem de ser considerada serviço essencial”, declarou Soares, em evento em dezembro de 2020.

Compromete a saúde

Para a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), que também é presidente do Apeoesp, a retomada das aulas sem a vacinação dos professores compromete a saúde da comunidade escolar.

“No momento em que as autoridades sanitárias demonstram enorme preocupação com o recrudescimento da contaminação pelo novo coronavírus, determinar que as aulas presenciais voltem obrigatoriamente em 1º de fevereiro é uma chocante demonstração de falta de empatia e descompromisso com a saúde e a vida dos profissionais da educação, dos estudantes e de suas famílias”, declarou Bebel.

A deputada considera incoerente que o secretário queira considerar a educação como “atividade essencial” sem priorizar professores na fila da imunização contra a Covid-19.

“O correto é prosseguir com as atividades à distância até que seja feita a vacinação dos profissionais da educação e que sejam estabelecidas condições estruturais mínimas para a garantia dos necessários protocolos sanitários.
Por isso, não descartamos a greve como resposta a essa insanidade”, afirmou Professora Bebel.

Linha de frente

O argumento dos professores de avançarem entre os profissionais com prioridade de imunização tem o respaldo de uma recomendação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O órgão pediu aos governos, em dezembro de 2020, que priorizem os professores, e o pessoal de apoio à educação, em seus programas de imunização contra a Covid-19. A Unesco considera que os docentes devem ser tratados como trabalhadores de “linha de frente”.

As articulações do secretário Rossieli Soares para a volta às aulas sob qualquer circunstância ocorrem em meio a uma preocupação da secretaria. O órgão verificou que 15% dos alunos do estado de São Paulo não entregaram nenhuma atividade escolar do ano letivo de 2020 até novembro.

O governo também estima que parte dos alunos não retomou ou pode não retomar as aulas porque começou a trabalhar durante a pandemia. Uma greve, nesse contexto, poderia piorar a situação.

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