Professora é suspensa por três dias após criticar Bolsonaro em sala
A professora afirmou que Bolsonaro tem favorecido que crimes ambientais aconteçam. Ela também criticou os apoiadores do presidente
atualizado
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Uma professora do Ensino Fundamental I foi afastada por três dias de uma escola particular de Cuiabá, em Mato Grosso, depois de criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores dentro de sala de aula nessa terça-feira (31/8).
Os comentários da professora foram gravados em áudio e compartilhados em grupos de mensagens, causando revolta nos pais de alguns estudantes da escola. Ela dá aula para o 3º ano, ensinando crianças entre 7 e 9 anos.
Segundo o G1, durante a aula, a professora disse que Bolsonaro tem apoiado crimes ambientais e não tem colaborado para a evolução do Brasil.
“Ele é a favor do desmatamento. Ele é a favor que os garimpeiros façam destruição dentro das terras indígenas. Além da destruição da natureza, está prejudicando o povo indígena. Os garimpeiros e o presidente da República são a favor disso. Temos que começar a pensar o que queremos para o nosso Brasil”, afirmou.
A educadora também criticou a volta do voto impresso, proposta defendida pelo presidente, mas que foi derrotada e arquivada na Câmara dos Deputados, no dia 10 de agosto.
“Votamos com a urna eletrônica, então não tem como você ‘roubar’. Tem como ‘roubar’ se for no papelzinho, e ele [presidente Jair Bolsonaro] quer que volte a votação pelo papelzinho, que é para facilitar para ele fazer o que quiser”, declarou ela.
A profissional também afirmou que os apoiadores do presidente são pessoas corruptas e que foram atraídas por ele devido aos discursos feitos desde as eleições.
“Ele tem as pessoas que o acompanham, igual a torcedor de futebol que torce pelo time. Ele tem a torcida dele, mas, se formos avaliar esses seguidores, são pessoas corruptas também, que fazem coisas fora da lei. São pessoas atraídas por ele, por causa do pensamento dele, pelas coisas que ele fala e faz, sempre contra a prosperidade do país”, disse.
O Colégio Notre Dame de Lourdes relatou, em nota, que os comentários de caráter político-partidário feitos pela professora infringem o artigo do Código de Ética assinado pelos funcionários da instituição e, por esse motivo, a profissional foi suspensa.
“A direção do Notre Dame de Lourdes reafirma que não apoia tal conduta e que a opinião expressada não reflete a posição da instituição”, afirma.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, entidade que representa os estudantes de ensino fundamental e médio, pré-vestibulares, técnico e Educação de Jovens e Adultos (EJA), usou o Twitter para se manifestar sobre o caso.
A entidade afirmou que a decisão da escola é “absurda” e “ataca a liberdade de ensino e de aprender”. Além disso, defendeu que “a escola é livre”.
Uma professora em Cuiabá, foi suspensa pela instituição em que ensina por três dias após expor sua opinião sobre o presidente Bolsonaro, responsabilizando-o pelo elevado índice de crimes ambientais. Decisão absurda que ataca a liberdade de ensino e de aprender! A escola é livre!
— União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (@ubesoficial) September 1, 2021