Professor se aposenta após 25 anos e recebe homenagem de alunos

Mario Barata foi o professor de Educação Física do Ensino Fundamental durante 25 dos seus 60 anos. Desde 1997, o educador se dedica às “suas crianças”, como chama todos os alunos que já passaram pela sua quadra poliesportiva.

Após todos esses anos, na última sexta-feira (1º/7), Mario tomou a difícil decisão de deixar a escola Santa Emília, em Belém (PA), e se despediu pela última vez dos estudantes. Funcionários da escola e dezenas de alunos se juntaram para promover uma homenagem ao professor.

Veja o vídeo:

“Vi a escola crescer, se desenvolver. Era como se fosse a minha segunda casa”, relata Mario. “Foram 25 anos fazendo o mesmo percurso.”

O professor conta que a aposentadoria não estava em seus planos por enquanto, mas tudo mudou no fim do ano passado. Mario fez uma viagem para Santa Catarina, comemorar com sua noiva o Natal. Ele diz que, na data, conversaram sobre a distância de mais de 3 mil quilômetros que precisavam percorrer para se encontrar.

“Nós só nos víamos nas férias de julho e dezembro, quando a escola não dava aulas. Estamos juntos há oito anos, e ela mora lá há quatro”, afirma. Com essa dificuldade, Mario começou a considerar a possibilidade de adiantar a aposentadoria em quatro anos.

A decisão não foi fácil. “Eu não estava na escola pela escola, mas porque eu gostava de estar ali, pelas minhas crianças.”

Além da Educação Física, Mario ensaiou por muitos anos a banda escolar e foi responsável por todos os jogos infantis. Durante seu tempo na escola, graduou-se também em Bacharel de Biologia e mesmo formado, fez a opção de continuar trabalhando com as crianças na faixa etária de 6 a 10 anos, com recreação e atividades físicas.

“Quando chegou 1º de junho, sentei com a diretora e disse que estava saindo por motivos pessoais. Ela ficou sem chão, mas aceitou.” Já a despedida dos alunos, ele resolveu deixar para o último dia.

Sem que ele soubesse, a coordenação organizou a surpresa, para que todos pudessem mostrar a Mario a importância que ele tem na escola. “Eu nunca esperei. Eles se emocionaram, e até eu não consegui controlar as emoções.”

Mario diz que, depois da homenagem, passou em cada uma das salas para se despedir individualmente, e ganhou vários bilhetes e cartinhas dos alunos desejando boa sorte.

O professor finaliza contando a despedida que mais lhe emocionou, do 1º ano do Fundamental, turma que deu aula por apenas cinco meses. “Eles se emocionaram muito, pediam para que eu não saísse. Tive de conversar com cada um, expliquei e eles foram aceitando”, diz.

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