Professor que chamou jornalistas de abutres é alvo da operação da PF
A polícia cumpre mandados de busca e apreensão na casa dele e de outras 20 pessoas para apurar o financiamento de atos antidemocráticos
atualizado
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Autointitulado nas redes sociais como “professor opressor”, Emerson Teixeira é um dos alvos da operação da Polícia Federal, nesta terça-feira (16/06). A força-tarefa cumpre 21 mandados de busca e apreensão, em seis unidades federativas, para apurar a organização de atos antidemocráticos.
O professor confirmou, por meio das redes sociais, que recebeu a visita da polícia nesta manhã. “A Polícia Federal acabou de vir à minha casa e pegou meu celular e notebook”, relatou. “Perdi o contato de todos e minha ferramenta patriótica”, continuou.
Polícia Federal acabou de vir a minha casa e pegou meu celular e notebook. https://t.co/2qhb5vzsK6 @allantercalivre Perdi o contato de todos e minha ferramenta patriótica
— Emerson Teixeira (@EmersonTeix) June 16, 2020
Teixeira ficou conhecido após comparecer ao Palácio da Alvorada, onde esperava para ver o presidente Jair Bolsonaro, e ofender jornalistas. Ele chamou os profissionais da imprensa de “abutres”, e teve o discurso amparado pelo chefe do Executivo, que chegou a pedir para os repórteres ficarem quietos para ouvir o professor.
Além dessa polêmica, Teixeira se envolveu em um impasse em pleno local de trabalho. Ele foi penalizado em um processo disciplinar por autorizar um churrasco feito por alunos dentro da sala de aula e postar vídeos de menores, sem autorização dos responsáveis, na internet.
Operação
Além de Emerson Teixeira, a PF cumpre busca e apreensão na casa do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), do blogueiro Allan dos Santos, criador do site Terça Livre, e mais 18 endereços nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Segundo a PF, as diligências foram requeridas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os mandados ocorrem no âmbito do inquérito que investiga notícias falsas e ameaças a ministros da Suprema Corte, mas o objetivo da ação da manhã desta terça-feira é apurar a origem de recursos, estrutura e financiamento de grupos suspeitos de prática de atos contra a democracia.