Produtoras de SP planejam volta de eventos corporativos e congressos
A partir desta terça (17/8), feiras, congressos e shows com público sentado estarão liberados; setor comemora e se organiza para retomada
atualizado
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São Paulo – Nesta terça-feira (17/8), São Paulo inicia uma nova fase de flexibilização: vai permitir feiras e eventos sociais e corporativos. Desde março do ano passado, quando a pandemia da Covid-19 foi declarada, o estado proibiu a realização das mais variadas reuniões. Agora, o setor se prepara para retomar aos poucos.
Apesar da liberação, a maioria das grandes atrações está marcada para setembro em diante, com poucos exemplos de encontros que ocorrerão ainda em agosto. Isso porque é necessário um tempo de organização: o anúncio do governador João Doria (PSDB) só foi feito na semana passada.
Serão permitidos eventos sociais, feiras corporativas e abertura de museus sem limite de ocupação máxima, “desde que não gerem aglomerações e sigam protocolos de saúde e higiene”. Além disso, estabelecimentos comerciais, incluindo restaurantes e bares, não contarão mais com limite de ocupação – que atualmente é de até 80%.
Eventos corporativos
Para Daniel Galante, diretor de operações da GL Events Brasil, que administra centros de exposições em São Paulo, agora é um bom momento para o retorno, pois os indicadores de casos, internações e óbitos vêm apresentando queda.
O retorno de eventos corporativos e congressos, afirma, consistia em uma demanda frequente do setor. “É uma área que a gente consegue fixar protocolos extremamente seguros. Temos muito mais controle do que qualquer comércio”, acredita.
Marcello Baranowsky, CEO do Evento Business Show (EBS), compartilha do mesmo pensamento. Ele diz que o segmento sofreu “porque os órgãos públicos colocaram todo mundo no mesmo balaio, evento corporativo junto com festa, balada, show, e cada um tem uma particularidade”.
Retomada gradual
Em outubro, o EBS será realizado de forma presencial. Baranowsky explicou que, por causa da pandemia, a planta da feira mudou um pouco, para deixar a circulação mais fluida e o espaço mais arejado. A atração ocupará o Centro de Convenções Rebouças, que pertence ao Hospital das Clínicas.
Galante diz que já existe uma demanda de eventos que devem ocorrer nos próximos meses, mas a agenda ainda está indefinida porque, com o represamento, eles precisam ser encaixados nas datas.
Os executivos analisam que o mercado deve recuperar o fôlego, mas de forma gradual. Neste ano, avaliam, deve haver uma preparação e adaptação do setor, que pode voltar aos patamares do período pré-pandemia somente em 2022. “A tendência é o mercado voltar bem forte, porque hoje está todo mundo ansioso para sair de casa, rever pessoas”, avalia Galante.
Eventos-teste
Antes de liberar essa área, o governo estadual realizou eventos-testes. O primeiro deles ocorreu em Santos, no Santos Convention Center, em julho, e contou com 1.200 participantes. Antes de entrar, os visitantes foram testados, e duas pessoas tiveram resultado positivo para Covid-19, e não entraram. No local, foram seguidos protocolos de segurança e houve a presença da Vigilância Sanitária.
Depois, ocorreu um acompanhamento de alguns dos presentes. Foram testadas 400 pessoas, e, entre elas, três casos foram confirmados da doença. A ideia é que sejam realizados em torno de 30 eventos-testes nos próximos meses. O próximo será a Feira Criativa, em 21 e 22 de agosto, no Memorial da América Latina.
Novos protocolos
Eduardo Aranibar, subsecretário de Competitividade da Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, disse ao Metrópoles que a Feira Criativa deve contar com 3 mil pessoas, entre staff, expositores e visitantes.
“Vamos retomar um dos setores que ficou por mais tempo fechado. A área de economia criativa sofreu muito desde o começo da pandemia, e nesse modelo de feira, a céu aberto, a gente acredita que possamos definir protocolos, que serão validados pelo Centro de Contingência, para esse segmento voltar à ativa”, explicou.
Por enquanto, não há outros eventos confirmados, mas no fim de agosto, deve ser realizada uma corrida de rua – atividade que também está suspensa desde o início da crise sanitária.