Produtor de abelhas se surpreende ao coletar mel azul no Rio Grande do Sul
Substância de cheiro forte e textura pastosa causou prejuízos ao faturamento do apicultor, pois não pode ser comercializada nem consumida
atualizado
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O apicultor Naor Kümpel ficou surpreso ao abrir as 25 caixas de abelha para fazer a colheita do mel na última semana. Dentro delas havia o produto com coloração azul. O produtor da cidade de Não Me Toque, no Rio Grande do Sul, ficou confuso e assustado com a cor da substância. Além de ser imprópria para consumo, o criador de abelhas estima prejuízo com o produto.
“Ele não é como o mel comum. A textura é diferente, tem um cheiro ruim e é bem consistente quando escorre no chão. Retirei 150kg de mel e não posso comercializar nem consumir, por enquanto. Tive um grande prejuízo”, lamentou Kümpel ao G1.
Outros dois criadores de abelhas vizinhos também relataram alterações na cor do mel. A primeira suspeita dos produtores é de que as flores das plantas que fazem a cobertura de solo de uma propriedade vizinha estejam sendo ‘visitadas’ pelas abelhas. Com a polinização dessas flores, que podem estar contaminadas por pragas, a substância fica mais escura.
A suspeita dos produtores pode ser a explicação para o fenômeno, segundo o professor de apicultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Aroni Sattler.
“As abelhas incorporaram flores com uma coloração mais escura, portanto, o mel predomina na determinação da cor, porque não é normal mel de flores com essa cor . Isso nos leva a uma suspeita muito grande de que exista contaminação”, ressaltou o especialista.
Ainda segundo ele, o mel azul não pode ser comercializado, pois não atende aos requisitos para consumo previstos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).