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Produção de carnes bate recorde em 2024: o que muda no preço em 2025?

Produção de carnes bovina, suína e de aves ultrapassou 31 milhões de toneladas e atingiu novo recorde em 2024, mas preços seguem altos

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A produção de carnes bovina, suína e de aves foi estimada em torno de 31,57 milhões de toneladas em 2024, o maior nível já registrado na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo divulgado pela estatal nessa segunda-feira (27/1), o resultado foi influenciado pelo auge do abate no processo do ciclo pecuário.

Para 2025, a expectativa é que esse volume total se mantenha estável, com uma produção total das três proteínas em 31,56 milhões de toneladas, com incremento na produção de carne suína e de aves.

Apesar desse recorde, os preços seguem elevados, o que ocasiona queixas e incompreensões por parte do consumidor na ponta da linha. Embora haja projeção positiva para a produção em 2025, os preços podem seguir pressionando a depender de aspectos climáticos e do comportamento das exportações brasileiras.

O que está acontecendo?

De acordo com o IBGE, o aumento no valor das carnes pode ser explicado pelos seguintes fatores:

  • Clima seco e forte estiagem, que contribuíram para a diminuição da oferta.
  • Menor quantidade de animais abatidos, devido ao clima seco.
  • Elevado número de exportações da proteína.

Suíno, bovino e aves

No caso da carne suína, a elevação nas exportações ocorreu mesmo com a menor demanda chinesa, porque países como Filipinas, Chile, Japão, Cingapura e México têm aumentado o percentual de participação entre os principais compradores, seja por aumento de volume ou abertura de novos mercados.

Situação semelhante é observada na produção de aves. Com os maiores níveis de produção esperados para o fechamento de 2024, estimado em 15,31 milhões de toneladas, as vendas ao mercado externo registraram leve alta, chegando a 5,16 milhões de toneladas, mesmo com menor procura da China pelo produto brasileiro. O envio para o país asiático registrou queda de 18%, saindo de 682 mil toneladas para 561 mil toneladas. A queda foi compensada pelo aumento robusto da demanda de países como México, Iraque e Chile.

Mesmo com a grande exportação de aves, a disponibilidade interna registrada em 2024 ficou acima de 10 milhões de toneladas.

Já no caso da carne bovina, 2024 foi marcado pelo auge dos abates característico do ciclo pecuário. Com isso, a produção atingiu 10,91 milhões de toneladas, a maior já registrada pela Conab. Os embarques cresceram em relação a 2023, saindo de 3,03 milhões de toneladas para 3,78 milhões de toneladas.

A China continua sendo o maior consumidor, com participação de 46%, seguida dos Estados Unidos, com 8%, e dos Emirados Árabes Unidos, com 4,6%. Estes dois últimos países, respectivamente, aumentaram em 52% e 72% os volumes embarcados do Brasil, em relação a 2023.

Com a maior produção, a disponibilidade interna de carne bovina também registrou alta, projetada em torno de 7,19 milhões de toneladas.

O que esperar para 2025?

O governo projeta uma safra agrícola recorde em 2025, acompanhada por um aumento na produção pecuária, que devem se complementar (veja dados sobre a expectativa pecuária abaixo). Além disso, a possibilidade de o dólar seguir em baixa pode ajudar a baratear os preços nos supermercados e prateleiras.

Haddad diz que “grande safra” e queda do dólar vão baratear alimentos

“Quando o dólar aumenta, isso afeta os preços internos. A hora que o dólar começa a se acomodar, vai afetar favoravelmente os preços também. Então, em segundo lugar, dependemos de safra, da oferta. Na nossa opinião, a safra vai ajudar muito esse ano”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (23/1).

Além da projeção de um bom ano em termos de produção agrícola e pecuária, o governo vislumbra um regime de chuvas positivo neste ano, sem impactos de grandes eventos climáticos, e de modo a não gerar desfalque nos principais itens consumidos pela população brasileira.

Veja abaixo as estimativas da Conab para as carnes:

  • Carne suína: para 2025, a expectativa é que o volume de carne suína produzida cresça em 3,1%, podendo chegar a 5,53 milhões de toneladas. Este incremento permitirá aumento tanto na disponibilidade interna quanto nas vendas externas, projetadas respectivamente em 4,19 milhões de toneladas e 1,36 milhão de toneladas. Caso se confirme, será o melhor resultado registrado na série histórica.
  • Mercado de aves: a produção de carne de aves tende a crescer novamente este ano, estabelecendo um novo recorde em torno de 15,66 milhões de toneladas. O cenário para as exportações também é positivo, com uma projeção de crescimento de 2,9%, estimada em 5,31 milhões de toneladas. Mesmo com uma maior venda ao mercado externo, a disponibilidade interna deve se manter em patamar elevado, em torno de 10,35 milhões de toneladas, mantendo o mercado interno abastecido.
  • Carne bovina: a tendência para a carne bovina é que haja o início da reversão do ciclo, com a retenção de fêmeas pelos criadores. Com isso, a estimativa é que a produção seja menor que a registrada no ano anterior, estimada em 10,37 milhões de toneladas. Ainda assim, este é o segundo maior volume de produção já registrado no quadro de bovinos, atrás somente de 2024. As exportações seguem aquecidas, e podem ficar em torno de 3,86 milhões de toneladas, o que resultará em uma disponibilidade interna de aproximadamente 6,58 milhões de toneladas, índice semelhante ao registrado em 2023, mas cuja diminuição prevista em 2025 será equilibrada pelos aumentos produtivos das demais proteínas, mantendo a disponibilidade per capita acima dos 102 kg/habitante/ano.

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