Procuradoria abre investigação de naufrágio que matou 18 no Amapá
Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar se houve descumprimento de normas básicas de segurança aquaviária
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou investigação criminal nessa segunda-feira (02/03) sobre as circunstâncias do naufrágio do navio Anna Karoline III, que ocorreu na madrugada desse sábado (29/02), no Rio Amazonas, na região Sul do Amapá e deixou 18 mortos.
A Procuradoria quer apurar se houve descumprimento de normas básicas de segurança aquaviária, como sobrecarga e irregularidades no número e local de armazenamento dos coletes salva-vidas da embarcação.
Em nota, o MPF registrou que pediu informações sobre a documentação do navio e dos responsáveis à Capitania dos Portos, à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e à empresa de navegação Erlon Rocha Transporte Ltda.
Além de apurar as circunstâncias do naufrágio, que podem indicar a ocorrência de infrações penais, o órgão vai investigar “provável atentado contra a segurança do transporte fluvial”.
O navio Anna Karoline III saiu do Porto do Grego, em Santana (AP), na sexta-feira (28/02), às 18h, com destino ao município de Santarém, no Pará, onde deveria chegar às 6h de domingo.
No entanto, pouco antes das 5h da manhã de sábado, a embarcação de porte médio afundou próximo à localidade conhecida como Boca do Rio Jari, região sul do Amapá, a 290 quilômetros de Macapá.
Segundo boletim divulgado no fim da tarde dessa segunda, 46 sobreviventes foram resgatados. O governo do estado indicou ainda que há ao menos 12 desaparecidos, sendo que as famílias reportaram inicialmente 30.
Mais de 50 agentes trabalham na ação realizada na região onde o Anna Karoline III afundou, entre policiais militares e bombeiros do Amapá e do Pará, além de integrantes da Marinha. O efetivo conta com 18 mergulhadores, nove do Corpo de Bombeiros do Amapá e nove do Pará.
Duas centrais de Acolhimento e Apoio foram montadas no Amapá após o naufrágio, uma em Santana, no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), e outra em Macapá, na sede da Politec, onde há identificação dos corpos. Ambos os centros contam com assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros, diz o governo.