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Procurador investiga Facebook por suposta censura a posts sobre Covid

Popular entre apoiadores do presidente Bolsonaro e autodeclarado conservador, Ailton Benedito defende cloroquina no tratamento contra doença

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Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Procurador da República Ailton Benedito (MPFGO)
1 de 1 Procurador da República Ailton Benedito (MPFGO) - Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Goiânia – Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o procurador da República Ailton Benedito de Souza, ex-secretário de Direitos Humanos e Defesa Coletiva do Ministério Público Federal (MPF), investiga postagens de brasileiros sobre a doença censuradas pelo Facebook e Instagram.

O procurador, apontado pelo site fact-checking aosfatos.org como um dos principais propagadores de conteúdo sobre cloroquina, lançou chamamento público “que visa à cooperação da sociedade para investigação”. O MPF em Goiás publicou o documento na última sexta-feira (26/2). Ele é e defensor do uso do medicamento para pacientes com Covid-19.

Um dos fundadores da entidade civil autointitulada Associação Nacional de Membros do Ministério Público – MP Pró-Sociedade, o procurador quer coletar todo tipo de informação, reclamações e representações acerca de supostas censuras das redes sociais para acionar as empresas na Justiça.

Penalidades

Em sua investigação, o procurador quer juntar, ainda, informações sobre as penalidades aplicadas aos brasileiros em decorrência da suposta censura nas redes sociais, como exclusão, suspensão ou bloqueio de conta, remoção de publicação ou restrição de visibilidade.

Além das pessoas, podem atender ao chamamento entidades públicas e privadas, organizações e movimentos sociais, por exemplo. As informações devem ser encaminhadas MPF, por meio da Sala de Atendimento ao Cidadão do órgão, na internet.

Histórico polêmico

Autodeclarado conservador, o procurador já protagonizou outras ações em defesa do que é divulgado pelo governo Bolsonaro. Em janeiro, abriu um inquérito civil para investigar o Twitter por classificar uma publicação do Ministério da Saúde sobre ‘tratamento precoce’ contra a Covid-19 como ‘enganosa’.

Em dezembro, o procurador requisitou informações à Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) acerca da publicação “Atualizações e Recomendações sobre a Covid-19”, questionando os estudos clínicos que embasaram as recomendações divulgadas pela entidade.

A reportagem solicitou entrevista com o procurador, por e-mail, mas, até o fechamento desta reportagem, não houve resposta.

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