Em meio à explosão dos casos de dengue no Brasil, a procura pela vacina contra a doença subiu 110% em clínicas privadas de todo o país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinação (ABCVAC).
Segundo a entidade, em dezembro de 2023, a rede particular registrou pico na procura pela Qdenga, da fabricante Takeda, com 2.341 doses aplicadas. No primeiro mês de 2024, esse número subiu para 4.923 doses, aumento de 110%. Se comparado a novembro de 2023, quando foram aplicadas 1.955 doses, o aumento chega a 152%.
A vacina contra a dengue está disponível na rede privada desde julho do ano passado. Segundo a ABCVAC, até dezembro de 2023, foram aplicadas 633 doses da Dengvaxia, além de 8.367 da Qdenga, em 279 clínicas particulares. Neste ano, somente até 1º de fevereiro, o número soma 5.056 — 133 da Dengvaxia e 4.923 doses da Qdenga.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Alta de casos
Nas primeiras quatro semanas do ano, o país registrou 243.721 casos prováveis de dengue, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde. No mesmo período do ano passado, o número era de 65.366.
Além disso, há 24 mortes confirmadas pela doença e 163 em investigação. Em 2023, foram 41 óbitos confirmados e seis em investigação.
A primeira remessa com cerca de 757 mil doses de vacina contra a dengue chegou ao Brasil em 20 de janeiro. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, tem entrega prevista para este mês. Além do primeiro lote de 1,3 milhão de imunizantes, a pasta comprou 5,2 milhões de doses para 2024.
A vacina será aplicada na população prioritária de regiões endêmicas, em 521 municípios.