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Prisão em show no Rio de Janeiro foi politizada, diz defensor público

Defensoria Pública do estado fluminense alegou que não houve flagrante e, portanto, 159 pessoas foram detidas sem justificativa

atualizado

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POLÍCIA CIVIL
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1 de 1 policia1 - Foto: POLÍCIA CIVIL

A prisão de 159 pessoas em um show de pagode na zona oeste do Rio de Janeiro, em 7 de abril, “foi um caso de flagrante injustiça”, segundo o defensor público-geral do Rio de Janeiro, André Castro. “Isso jamais aconteceria numa casa de show da zona sul”, complementou.

O ministro extraordinário de Segurança Pública, Raul Jungmann, disse em entrevista que os presos devem explicar sobre suas presenças numa festa de milicianos. Segundo a Defensoria Pública do estado fluminense, 139 deles não têm antecedente criminal. O órgão alegou ainda que eles foram presos sem flagrante e, portanto, sem justificativa. Diante disso, foram cometidas arbitrariedades legais nas detenções, o que demonstra a politização da ação da polícia.

Segundo André Castro, o episódio é ainda mais grave do que “os casos clássicos de prisões de jovens negros e pobres”, comuns nas comunidades mais carentes da cidade do Rio de Janeiro. Esse, em sua opinião, tem o agravante de ter sido cometido coletivamente e com pessoas que, nitidamente, não teriam como participar de quadrilhas de milicianos, como sustenta a acusação contra os presos.

A maior parte deles mora na região onde aconteceu o show, no bairro de Santa Cruz, e tem profissão comprovada. Esse é o caso do artista circense Pablo Martins, que deixou o presídio de Bangu na tarde de sábado (21/4). Ele passa a maior parte do tempo fora do país e, nesta semana, deve viajar para a Suécia.

“O caso do Pablo é idêntico ao dos demais. Por isso, acredito que a liberação dele deve ser estendida aos outros. Ele saiu antes pela repercussão midiática da sua prisão. Associar um palhaço à milícia é muito difícil, um absurdo”, afirmou o defensor público.

Há outros exemplos como o de Pablo, segundo o defensor público. Segundo ele, entre os presos há um homem com transtorno mental, que precisa de remédios e tratamento médico. Até ontem, 40 famílias procuraram a Defensoria Pública em busca da defesa dos seus parentes. Nesta manhã, após a soltura do artista de circo, o número cresceu, de acordo com André Castro. Ele não soube dizer exatamente quantos casos defende.

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