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Prisão de Sara e fritura de Weintraub refletem momento ruim do olavismo

Ala ideológica do governo reclama das pressões do Judiciário e da negociação de Bolsonaro com o Centrão, mas deve se manter fiel

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“O que será feito?”, questionaram bolsonaristas da ala ideológica ao presidente após a prisão de Sara Winter, líder de acampamento político de apoio a ele. De Jair Bolsonaro e de outras autoridades do governo, porém, por enquanto só há um silêncio que evidencia o momento de baixa do chamado olavismo depois de uma série de eventos polêmicos.

Além da campanha #SaraLivre, os seguidores do professor on-line de filosofia e guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho também estão dividindo sua energia defendendo um de seus feudos de poder restantes no governo: o Ministério da Educação e Abraham Weintraub, que o presidente acabou chamando de “problema“.

A influência olavista no governo varia numa espécie de pêndulo. Só em 2020, eles já passaram por um momento de ostracismo quando foram eclipsados pelos ministros militares e deram a volta por cima ao ajudar na fritura e derrubada dos ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, da Saúde, e da ex-secretária de Cultura Regina Duarte.

Cada balançar desse pêndulo, no entanto, deixa cicatrizes, e fontes ligadas ao governo, inclusive ao olavismo, acreditam que é forte a possibilidade de que, desta vez, o grupo perca o comando da Educação. As duas indicações que Carvalho fez para a pasta, Vélez Rodrigues, que ficou até abril de 2019, e Weintraub, que entrou em seguida, não deram certo segundo a avaliação interna.

Em tempos de negociação com o Centrão, cresce a chance de o cargo acabar nas mãos de uma indicação que seja vendida como técnica, mas aprovada pelos partidos que formam a base de apoio do presidente.

Weintraub faz defesa ativa
Criticado por Bolsonaro por ter ido a uma manifestação no domingo (14/06) na Esplanada dos Ministérios, Weintraub está em campanha aberta pela própria manutenção no cargo, comentando e curtindo postagens que criticam sua possível saída.

“Quem quer a saída do ministro Weintraub é a esquerda. Quem quer que ele fique é a direita apoiadora do presidente”, diz uma postagem curtida pelo ministro na segunda.

Outra postagem curtida por Weintraub é mais agressiva, acusando o Supremo Tribunal Federal (STF) de estar pressionando pela demissão do ministro. “O STF está governando?”, diz o post curtido pelo ministro da Educação, que está envolvido em um processo justamente por criticar os ministros da Corte, a quem chamou de vagabundos. Veja:

Postagem curtida por Weintraub
Postagem curtida por Abraham Weintraub questiona se o STF está governando

Weintraub também curtiu a postagem abaixo, do editor do site bolsonarista Terça Livre Allan dos Santos, que credita aos militares do governo e ao Centrão as pressões pela demissão.

A ala militar, que agora divide influência no governo com os olavistas e com o Centrão, também foi alvo do articulista do jornal Brasil sem Medo, que tem Olavo de Carvalho entre seus editores.

O governo está em silêncio desde que a PM do DF desmontou o acampamento de Sara, dando início à série de protestos que tiveram como ponto crítico o ataque ao prédio do STF com fogos de artifício. Para os olavistas, Bolsonaro está na defensiva por influência dos militares.

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Ele assumiu o lugar de Ricardo Vélez, em 2019
O ministro foi alvo de críticas por causa de cortes em bolsas de pesquisa
Ele é um forte aliado do presidente Jair Bolsonaro
A permanência de Weintraub no MEC ficou insustentável após os ataques que ele fez aos ministros do STF, a quem chamou de "vagabundos"
Remanescentes do acampamento Agro se encontram com o  então ministro da Educação, Abraham Weintraub
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Abraham Weintraub deixou o MEC

Andre Borges/Especial para o Metrópoles
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Ele assumiu o lugar de Ricardo Vélez, em 2019

Gabriel Jabur/MEC
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O ministro foi alvo de críticas por causa de cortes em bolsas de pesquisa

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Ele é um forte aliado do presidente Jair Bolsonaro

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A permanência de Weintraub no MEC ficou insustentável após os ataques que ele fez aos ministros do STF, a quem chamou de "vagabundos"

Fotos: Hugo Barreto/Metropoles
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Remanescentes do acampamento Agro se encontram com o então ministro da Educação, Abraham Weintraub

Fotos: Hugo Barreto/Metropoles
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Weintraub, na Esplanada, sem a máscara. Nesse dia, ele foi multado em R$ 2 mil pelo GDF

Fotos: Hugo Barreto/Metropoles
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Ministério da Educação recebeu o auto de infração contra Weintraub no dia 15 de junho

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A permanência de Weintraub no MEC ficou insustentável após os ataques que ele fez aos ministros do STF, a quem chamou de "vagabundos"

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Após saída do governo, Weintraub foi indicado para o Banco Mundial

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Weintraub é investigado no Inquérito das Fake News no STF

Reprodução/Redes Sociais
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André Borges/Esp. Metrópoles
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O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, irmão de Arthur, também está morando fora do Brasil, após ser indicado para diretoria do Banco Mundial

Luciano Freire/MEC

Sempre flutuando
Apesar do momento de distanciamento, o olavismo não corre muitos riscos de deixar a órbita do governo, na opinião do cientista político Lucas de Aragão, analista da consultoria Arko Advice. “Agora está em um momento de baixa, mas daqui a pouco alguém do governo faz uma sinalização de prestígio aos olavistas, porque eles trazem instabilidade política, mas dão uma sustentação ao Bolsonaro sobretudo nas redes, uma arena que ele considera fundamental”, afirma.

“Quando precisa daquele barulho virtual ou até na rua, o governo apela a esse grupo. Quando há pressão maior dos outros poderes, como agora, eles são um pouco ignorados. Ficam nessa flutuação, mas sempre presentes”, analisa ainda Aragão, que também vê, porém, consequências a cada crise.

“Cada vez mais eles vão ficando responsáveis só pela narrativa e mais longe dos processos decisórios, políticos.”

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