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Prisão de bicheiro cria embate entre promotores do MP do Rio

Juiz mantém prisão de Rogério Andrade acusado da morte de Fernando Iggnácio e manda caso para análise do procurador-geral Luciano Mattos

atualizado

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Reprodução vídeo R7
Rogério Andrade
1 de 1 Rogério Andrade - Foto: Reprodução vídeo R7

Rio de Janeiro – A ofensiva conduzida pelo promotor Fábio Vieira contra a investigação que levou à decretação da prisão pela Justiça do bicheiro Rogério Andrade provocou a reação de outros promotores contra o colega. O juiz da 1º Tribunal do Júri, Carlos Direito, enviou o caso para o chefe do Ministério Público, Luciano Mattos.

Rogério Andrade é acusado de ser o mandante do assassinato do contraventor Fernando Iggnácio, baleado após  desembarcar de um helicóptero no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste, em novembro.

Em seu parecer sobre o caso, o promotor Fábio Vieira ironizou as provas apresentadas na denúncia contra Rogério de Andrade. Ele chegou a mencionar que a consistência do argumento apresentado pela promotoria poderia ser comparada à opinião de um leigo que assiste a uma série de TV.

“A conclusão do relatório, apontando o acusado Rogério como mandante, poderia ser feita por um leigo quando acabasse de assistir, por exemplo, a série “Dr. Castor”, exibida pela Globoplay”, sustentou Vieira, em uma referência à produção da TV Globo.

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Contraventor Rogério Andrade
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Bicheiro teve a prisão revogada pelo STF

Reprodução/Instagram
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Contraventor Rogério Andrade

Reprodução/TV Globo

O promotor fez ainda um histórico, baseado em livros e reportagens, da disputa sangrenta travada por Andrade e Iggnácio, respectivamente sobrinho e genro, pelo espólio do bicheiro carioca mais conhecido do país, Castor de Andrade, que faleceu em 1997.

Na sequência, opinou pela revogação da prisão de Andrade, como pediu o advogado da defesa, e recomendou novas investigações para elucidar o caso.

Para a Justiça, a defesa do promotor Fabio Vieira contra a investigação não foi suficiente. A prisão de Andrade foi mantida e ele é considerado foragido. Mas as promotoras Julia Costa Silva Jardim, Carmem Eliza Bastos e Fernanda Neves Lopes reagiram. Elas informaram à Justiça que a atuação de Vieira era caso para a corregedoria do órgão.

“As conjecturas tecidas estão completamente dissociadas das provas produzidas, não tendo sido apresentadas provas a fim de sustentá-las e nem mesmo foram requeridas diligências para este fim. Ilações foram entabuladas, repita-se, açodadamente e sem qualquer adequação com a prova carreada a estes autos”, alegaram na ação.

Elas pediram a retirada da manifestação de Vieira do processo. Em 10 de junho, o magistrado, que decidiu por não atender o pedido, encaminhou o caso ao procurador-geral Luciano Mattos. Procurado, o Ministério Público informou em nota que “a assessoria criminal informou ainda não ter sido notificada sobre o tema para análise”.

Morte de Fernando Iggnácio

Genro de Castor de Andrade, Iggnácio foi executado em 10 de novembro do ano passado. O Ministério Público denunciou à Justiça, seis acusados, dos quais quatro PMs, um deles da reserva. Dois acusados estão presos e quatro foragidos.

Há 23 anos, Rogério e Iggnácio disputavam o controle da máfia do jogo do bicho na zona oeste do Rio de Janeiro. Em 2010, Diego, de 17 anos, filho de Rogério, morreu em um atentado à bomba ao carro do pai em plena Avenida das Américas, uma das mais movimentadas na Barra da Tijuca, também zona oeste da cidade.

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