Princesa brasileira reclama de “politicagem” em tragédia de Petrópolis
Patrícia Alvim, mulher do chefe da família imperial do Brasil, disse ter feito doações, mas que pode “fazer mais” denunciando omissões
atualizado
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Em meio aos recentes questionamentos sobre a cobrança do laudêmio, mais conhecido como “imposto do príncipe” que incide sobre a venda de imóveis em Petrópolis (RJ), a princesa Patrícia Alvim de Orleans e Bragança, esposa do chefe da família imperial do Brasil, dom Pedro V, Carlos de Orleans e Bragança, divulgou uma carta por meio das redes sociais na qual ela informa ter feito doações, junto com o marido, e reclama da “politicagem” em meio à tragédia das chuvas no município fluminense.
Segundo ela, a família pode “fazer mais” se dedicando a esclarecer as “ineficiências” na aplicação de recursos, além dos “problemas e omissões de cunho político”.
“A solidariedade dos brasileiros é gigantesca. Meu marido e eu fizemos nossas contribuições, mas sinto que podemos fazer mais, esclarecendo as ineficiências”, escreveu a princesa, que não especificando a quantia doada pelo casal.
“Desejo do fundo do meu coração, que está bem sofrido e angustiado, que a ‘politicagem’ não se sobreponha à compaixão, empatia e amor aos sofridos de nossa cidade. Espero que Deus toque o coração dos que tem o poder de administrar as verbas recebidas e as utilizem em benefício do povo. Faz-se necessária a atenção de todos nós quanto a isso”, destacou a princesa, na carta endereçada à historiadora Astrid Bodstein, uma das principais pesquisadoras de monarquias do país.
O texto foi divulgado pela própria família Orleans e Bragança em uma conta no Instagram.
Patrícia Alvim tornou-se princesa imperial em agosto de 2018, ao se casar com D. Pedro V. Na carta, ela crítica os desastres recorrentes em Petrópolis desde 1988.
Leia a íntegra da carta divulgada pela princesa Patrícia Alvim:
“Estamos passando por um momento de luto em nossa querida Petrópolis. Infelizmente não foi o primeiro e não será o último, se nossos governantes continuarem a desvalorizar o sofrimento dos petropolitanos. Acompanho esses deslizamentos e enchentes desde 1988. Os ciclos desses desastres ocorrem em Petrópolis aproximadamente a cada década.
Acompanho há vinte e quatro anos os mesmos problemas e omissões de cunho político. Fico muito triste em saber que em grande parte esses riscos poderiam ser evitados, se as verbas recebidas após outras tragédias na cidade, tivessem sido usadas para realizar sistemas de contenção e de drenagem adequados a cada parte do município. Regulamentação do uso e ocupação das terras, com menos custo ações de planejamento por parte da Prefeitura Petropolitana.
A cada desastre, os mesmos políticos com suas promessas de verbas públicas. Não se sabe muito bem qual será o destino delas e quais serão as populações beneficiadas. Isso precisa ter um fim.
A solidariedade dos brasileiros é gigantesca. Meu marido e eu fizemos nossas contribuições, mas sinto que podemos fazer mais, esclarecendo as ineficiências…
Nossas famílias estão protegidas. Nada nos aconteceu fisicamente, mas temos pessoas próximas como colegas de trabalho, pacientes de comunidades onde trabalhei como enfermeira de família, funcionários e amigos que foram afetados diretamente com essa calamidade, e não menos, os desconhecidos que nos fazem sofrer tanto quanto a qualquer um.
Desejo do fundo do meu coração, que está bem sofrido e angustiado, que a ‘POLITICAGEM’ não se sobreponha a compaixão, empatia e amor aos sofridos de nossa cidade. Espero que Deus toque o coração dos que tem o poder de administrar as verbas recebidas e as utilizem em benefício do povo. Faz-se necessário a atenção de todos nós quanto a isso.
Que Deus proteja o povo brasileiro em geral e em particular, os petropolitanos 👑🔰”.