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Primeira noite de desfiles em SP tem arquibancadas cheias

Barroca Zona Sul abriu desfiles no Anhembi às 23h15, em noite que contou com mais seis escolas. Trinta mil pessoas assistiram

atualizado

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Mesmo com ameaça de chuva forte, o primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo recebe bom público no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital. Segundo a Liga das Escolas de Samba, a expectativa é de que entre 25 mil e 30 mil pessoas assistam às primeiras sete candidatas que disputam o título desta edição.

Presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, o Serginho, abriu o carnaval em tom otimista, mas evitou falar em favoritas. “Vamos proporcionar grandes espetáculos. A disputa vai ser acirrada”, afirmou. “A Liga estava preparada para lidar com a chuva forte, mas, graças a Deus, São Pedro segurou as torneiras.”

Ele também agradeceu o apoio da Prefeitura e chamou Bruno Covas (PSDB) de “grande prefeito”. “Ele gosta do carnaval de São Paulo e entende que traz emprego e recurso para a cidade.”

A primeira escola a desfilar é a Barroca Zona Sul, que retorna ao grupo especial após 15 anos. “Chegou nosso momento. Lutamos para chegar aonde a gente chegou. Hoje vamos cantar, vamos evoluir”, disse o presidente Ewerton Cebolinha. A escola que abre o carnaval de São Paulo homenageará a líder quilombola Tereza de Benguela.

A escola Tom Maior deu seguimento e foi a segunda a desfilar no Anhembi. Com o samba-enredo “É coisa de preto”, a música mostra contribuição de negras e negros para a formação do Brasil. Além de exaltar artistas, a escola trouxe aspectos da religião e da cultura afro-brasileira. A última alegoria fez uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

A terceira escola a cruzar o sambódromo foi a vice-campeã de 2019 Dragões da Real, que encheu de gargalhadas o Anhembi. Com o samba “A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria”, a escola teve também muitas lágrimas. A rainha da bateria Simone Sampaio se despediu do título após 8 anos. Um dos mestres do riso, Charles Chaplin foi lembrado durante o desfile.

Ao fim, um dos carros enroscou em um fio na dispersão e causou atraso de cerca de 20 minutos na entrada da Mancha Verde, escola que vem a seguir. Em entrevista à TV Globo, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, também conhecido como Serginho, disse que a escola não será punida pois não há previsão para isso no regulamento. Por conta das manobras com os carros alegóricos da Dragões da Real, a energia foi cortada em alguns setores do sambódromo.

Depois do atraso, a Mancha Verde entrou no sambódromo por volta das 4h defendendo o samba-enredo “Pai! Perdoai, eles não sabem o que fazem!”. A ideia da escola é defender o amor e fazer uma reflexão sobre a humanidade e os atos condenáveis dos homens ao longo da história. Por conta do incidente com a alegoria da Dragões da Real na dispersão, o tempo de desfile foi contado em cronômetros ao longo do percurso. A escola finalizou seu desfile em 64 minutos.

O presidente da Liga comentou, em entrevista à TV Globo que os problemas não serão repetidos na próxima escola que desfila no Anhembi, a Acadêmicos do Tatuapé. O relógio que fica na dispersão voltou a ser ligado e já deve ser usado no próximo desfile. Apesar da promessa de Serginho, as alegorias da Mancha Verde tiveram problemas para sair da dispersão.

A Acadêmicos do Tatuapé foi a quinta escola a entrar no Anhembi por volta das 5h. A escola defendeu o enredo “O ponteio da viola encanta… Sou fruto da terra, raiz desse chão… Canto Atibaia do meu coração”, contando a história da cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. Por conta do atraso na dispersão da Dragões da Real, a escola começou o desfile com atraso e encerrou, dentro do tempo, com o dia amanhecendo.

Em 2020, Ana Paula Minerato fez sua estreia à frente da bateria da escola, depois de defender a Gaviões da Fiel por 20 anos. Foi apresentado a cultura popular da cidade e sua traduição religiosa. Artistas locais também participaram do desfile.

A penúltima escola da noite foi a Império de Casa Verde, que desfilou o samba-enredo “Marhaba Lubnãn”, que quer dizer “Olá Líbano”, em árabe. A escola contou, nos 65 minutos, os 7 mil anos de história do povo libanês, desde sua origem no mediterrâneo às migrações, incluindo a presença da cultura libanesa no Brasil.

O Império de Casa Verde enfrentou uma chuva durante sua passagem pelo sambódromo do Anhembi e, por conta do atraso na dispersão da Dragões da Real, começou o desfile já no início da manhã deste sábado (22/02/2020). Mesmo com a luz do dia, as alegorias abusaram do LED e os efeitos especiais. O desfile, marcado por muita história e homenagens, contou com presença do médico Dr. Roberto Calil, do Hospital Sírio Libanês.

A X-9 Paulistana fechou o desfile de sexta-feira com animação, apesar do atraso. Com o enredo “Batuques para um rei coroado” e Juju Salimeni como rainha de bateria, a escola contou uma história do Brasil citando ritmos e festas populares das diversas regiões do País.

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