PRF e Funai são recebidas a tiros por invasores de terra indígena
Duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e um servidor da Funai foram baleados em emboscada na terra indígena Apyterewa
atualizado
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Equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foram surpreendidas e atacadas durante a atuação de retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa, no Pará, na segunda-feira (4/12). A emboscada aconteceu por volta das 20h.
A Funai teve um servidor baleado, enquanto dois veículos da PRF foram atingidos por disparos de arma de fogo.
O servidor da Funai foi atingido no tornozelo durante a emboscada e passa por avaliação médica.
A Polícia Rodoviária Federal, por meio de nota, confirmou os veículos atingidos por disparos de arma de fogo, e que os policiais não se feriram. O agente da Funai baleado no tornozelo, contudo, foi transferido para um hospital localizado na cidade de Marabá (PA). A informação que se tem no momento é de que os criminosos fugiram.
A Funai, também por meio de nota à imprensa, prestou solidariedade ao servidor baleado e ressaltou que acompanha a investigação do caso, além de prestar apoio na recuperação do ferido.
“Solidariedade ao servidor baleado na noite de segunda-feira (04) quando cumpria o seu dever funcional na Operação de Desintrusão da Terra Indígena Apyterewa, no estado do Pará”, escreve. “O governo acompanha o trabalho das autoridades responsáveis pela devida investigação e pelo cumprimento da lei para que ocorra justiça. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) está dando todo o apoio para que o servidor se recupere prontamente e tenha sua saúde restabelecida”, completa a organização.
“Tal fato demonstra a importância de se manter um sistema efetivo e contínuo de proteção das terras indígenas, que garanta a segurança dos povos indígenas e dos servidores que lá trabalham, tendo em vista as ameaças constantes que ambos sofrem”, ressaltou a Funai em nota.
O Metrópoles tenta contato com a secretaria do Planalto.
Relembre
O governo federal tem trabalhado na retirada de não indígenas dos territórios demarcados e conta com a mobilização de mais de 300 servidores de 14 órgãos diferentes, incluindo a Força Nacional e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A operação do Executivo teve início em 2 de outubro, após duas decisões para desocupação das terras indígenas, uma expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, e outra pela Justiça Federal.
A terra Apyterewa abriga cerca de 700 indígenas Parakanã que estão espalhados por uma área de 773 mil hectares. Segundo o governo federal, há registros de indígenas isolados e de recente contato dentro do território. Em 1996, o território foi demarcado e homologado.
Em 2019, a Polícia Federal (PF), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), chegou a desativar um área de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados utilizada para extração ilegal de ouro.
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