Previdência: “Eleição e votação só depois de apuração”, diz Alcolumbre
Presidente do Senado crê que reforma da equipe de Jair Bolsonaro (PSL) será aprovada com tranquilidade, mas não arrisca número de apoiadores
atualizado
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A depender do otimismo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a aprovação da reforma da Previdência será tarefa fácil na Casa. Como a equipe econômica de Jair Bolsonaro (PSL) tem costurado as negociações, ele acredita que o texto deve ter o apoio da maioria dos 83 senadores.
Alcolumbre é cauteloso, no entanto, ao comentar sobre o número de votos. “Eleição e votação só depois de apuração. Não sei quantos são hoje, mas seguramente a maioria dos senadores quer votar a reforma”, destacou durante café da manhã com jornalistas na residência oficial do Senado, em Brasília.
Mesmo com o rescaldo da crise provocada pelo escândalo das candidaturas laranja do PSL e do desgaste político com a demissão do ex-ministro Gustavo Bebianno, Alcolumbre não vê dificuldades para o governo. “Na reforma passada, era muita gente batendo. Agora, parece que o Brasil percebeu a necessidade dela. Temos que fazer, se não daqui a pouco não tem aposentadoria para ninguém”, concluiu.
O presidente do Senado destacou que o troca-troca por votos não deve ser percebido agora. “São 350 deputados novos. A lógica mudou. O parlamentar não pode dizer que vai votar só se tiver ministério, é um modelo novo e os partidos estão se adequando”, avisou.
Parceira
Alcolumbre tenta costurar uma parceria com a Câmara dos Deputados. A intenção do presidente do Senado é que o texto chegue o mais pronto possível na Casa para ser apreciado no plenário de forma rápida. O desejo do Palácio do Planalto é conseguir a aprovação do texto no Congresso antes do recesso de julho.
Entre os nomes cogitados para a comissão especial que tratará da reforma, são cotados os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Otto Alencar (PSD-BA). Tasso Jereissati (PSDB-CE) pode ser escolhido para presidente ou relator.
Com a prioridade voltada para a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que altera 14 leis, deve ficar em segundo plano. “Eu disse isso a ele quando me entregou o projeto”, lembrou.