Prévia da inflação registra maior alta para o mês de julho desde 2004
Houve crescimento de 0,72%. Setor de Transportes teve alta significativa, impulsionado pelo preço das passagens aéreas
atualizado
Compartilhar notícia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,72% em julho, 0,11% a menos do que no mês anterior. O índice é considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA) e teve a maior variação para um mês de julho desde 2004, quando ficou em 0,93%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25/7) pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,88% e, em 12 meses, de 8,59%. Em julho de 2020, a variação foi de 0,30%. Desde março, o indicador tem extrapolado o teto da meta do ano estabelecida pelo governo para a inflação de 2021, que é de 5,25%.
A maior variação (2,14%) veio do grupo Habitação e a segunda maior, dos Transportes (1,07% e 0,22 p.p.), embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (1,35%). Na sequência, está o setor de Alimentação e bebidas (0,49%), acima do resultado do IPCA-15 de junho (0,41%) e contribuiu com 0,10 p.p. no índice do mês. Já Saúde e cuidados pessoais (-0,24%) apresentou queda em relação a junho e contribuiu com -0,03 p.p no índice geral. Os demais grupos ficaram entre o -0,04% de Comunicação e o 0,81% de Artigos de residência
Energia Elétrica
O maior impacto no índice foi da energia elétrica, que teve alta de 4,79% no mês, com um efeito de 0,21 p.p. de aumento sobre o IPCA-15.
A alta aconteceu diante do reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária, que passou de R$ 6,243 para R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos.
Os reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo, a partir de 4 de julho e de Curitiba, a partir de 24 de junho, também impactaram na alta, além dos preços do botijão de gás (3,89%) e do gás encanado (2,79%).
Gasolina
Em relação aos transportes (1,07%), o aumento que mais impactou no índice foi das passagens aéreas (35,64% e 0,11 p.p.). O setor havia registrado queda de 5,63% em junho.
O preço dos combustíveis ficou em 0,38%, abaixo dos 3,69% de junho. A gasolina, em particular, teve alta de 0,50% em julho e acumula variação de 40,32% nos últimos 12 meses.
Também houve altas nos preços dos veículos (0,73%), motocicletas (1,93%), automóveis usados (1,26%) e automóveis novos (0,30%), além de pneu (2,76%), seguro voluntário de veículo (1,95%) e conserto de automóvel (0,40%).
Queda no grupo saúde
No grupo Saúde e cuidados pessoas, a queda foi de 0,24%. A diminuição, segundo o IBGE, é decorrente do reajuste de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho, retroativo a maio deste ano.
Todos os preços foram coletados no período de 15 de junho a 13 de julho de 2021 e comparados com os vigentes de 14 de maio a 14 de junho de 2021. O IPCA-15 abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
Confira os resultados completos do IPCA-15 abaixo:
ipca_15_2021_jul by Júlia Portela on Scribd