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Pressionado e em campanha, Vanderlan adia votar cigarros eletrônicos

Membros da bancada evangélica são contra projeto, e colocaram pressão para que o candidato à prefeitura de Goiânia não paute o texto

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O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), decidiu na última semana retirar de pauta uma proposta que vinha sendo discutida repetidas vezes no colegiado. É o projeto de lei (PL) nº 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.

Com a proximidade das eleições municipais de outubro, o Senado Federal não terá novas semanas de sessão presencial antes do primeiro turno. O texto entra, então, na pilha de projetos que só voltarão a ser apreciados depois do pleito.

O projeto em questão, de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), é alvo de forte divergência entre os parlamentares. O relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO), já reclamou de adiamentos da votação e descumprimentos de acordos na apreciação da matéria.

Membros da bancada evangélica se posicionam contra o projeto, e começaram a pressionar Vanderlan, do mesmo segmento relegioso, para que o texto não fosse votado. O pastor Silas Malafaia, aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou a publicar um vídeo com ataques direcionados ao senador.

“Quero dizer senador, que você é mentiroso, cínico e covarde”, enfatizou Malafaia no vídeo. “Como um senador evangélico, que preside uma comissão que tem poder de pautar ou não um assunto, coloca este projeto em pauta. Se você fosse coerente com seus princípios, jamais poderia pautar um assunto desse.”

Chamou atenção de parlamentares o efeito que a pressão teria causado em Vanderlan, candidato à prefeitura de Goiânia. As cobranças começaram a se acumular nas redes do goiano, que hoje só permitem comentários de apoiadores.

Houve também uma mudança de comportamento de outros parlamentares, que antes estavam abertos a votar o projeto e que mudaram de postura com a proximidade das eleições municipais.

Em nota enviada ao Metrópoles, Vanderlan disse que houve um pedido da autora e do relator para que o tema não voltasse a pauta antes das eleições por falta de acordo e pela baixa presença de senadores em Brasília nas últimas semanas.

“Tanto a autora do projeto, senadora Soraya Thronicke, quanto o relator Eduardo Gomes solicitaram que o projeto não voltasse à pauta da comissão agora porque não houve acordo para a votação e o quorum estava baixo. Por isso, a proposta dos vapes não entrou mais na pauta da comissão”, declarou o senador.

“Em todas as vezes que foi pautado, houve manobras regimentais dos que são contrários à proposta, como pedidos de vista, audiências e outros recursos que adiaram a análise”, argumentou.

Presidente da CAE focado na eleição de Goiânia

Vanderlan é candidato a prefeito de Goiânia (GO) nas eleições deste ano e enfrenta um cenário difícil. Na capital de Goiás há três candidatos empatados tecnicamente, com o senador numericamente em 2º lugar.

Na terça-feira (3/9), a pesquisa Quaest mostrou que a deputada federal Adriana Accorsi (PT) está com 22% das intenções de voto. Vanderlan e o empresário Sandro Mabel (União Brasil) estão ambos com 19%.

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos, há o empate. A pesquisa tem 95% de confiança.

O levantamento foi encomendada pela TV Anhanguera, afiliada da TV Globo. Foram ouvidas 900 pessoas de 16 anos ou mais em Goiânia, de 31 de agosto a 2 de setembro. O registro na Justiça Eleitoral está sob o protocolo GO-00762/2024.

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