Presos suspeitos de fraude de R$ 3 milhões em compras de cesta básica
Polícia Civil de Goiás investigou direcionamento de licitação em Itapaci. Chefe de departamento da prefeitura administrava supermercado
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás prendeu dois suspeitos de praticar fraudes em licitação de aquisição de cestas básicas para distribuição à população carente de Itapaci, a 222 km da capital goiana. Segundo a investigação, de 2017 a 2020, o município empenhou R$ 3,1 milhões para um mesmo supermercado, administrado pelo funcionário da prefeitura responsável pelas compras.
Os suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados pela polícia, foram presos na segunda fase da Operação Welfare. De acordo com a polícia, R$ 631,4 mil foram bloqueados pela Justiça nesta etapa da investigação e serão utilizados para ressarcir os cofres da Prefeitura de Itapaci.
As investigações demonstraram que, ao longo dos quatro anos, houve direcionamento de licitações do município para que um mesmo estabelecimento comercial vencesse os procedimentos e pudesse fornecer cestas básicas que seriam distribuídas por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
Chefe de departamento
De acordo com a polícia, o chefe do Departamento de Compras da Prefeitura de Itapaci, que tinha a responsabilidade de listar as necessidades de aquisições do município e dar início aos procedimentos licitatórios, é também administrador do supermercado que se tornou vencedor de 11 licitações seguidas.
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) apurou ainda que a distribuição das cestas básicas não atendeu a todas as pessoas inscritas nos programas sociais da prefeitura, o segundo a investigação, mostra a falta de critérios para a concessão do benefício e a não entrega efetiva dos produtos adquiridos com dinheiro público.
Possíveis crimes
As investigações estão em sua fase final e os envolvidos poderão responder por crimes de associação criminosa, fraude a licitação e peculato, cujas penas máximas, se somadas, podem chegar a 19 anos de prisão.
O Metrópoles não encontrou contato da defesa dos suspeitos para se manifestar, já que os nomes deles não foram divulgados. O portal também não obteve retorno da prefeitura, mas o espaço segue aberto para manifestações.