Presos que estavam com Cabral teriam feito transações em criptomoedas
Vistoria que culminou na transferência de Cabral e outros detentos por regalias no presídio da PM achou anotações que levantaram suspeita
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A decisão judicial que determinou a transferência do ex-governador Sérgio Cabral e mais cinco detentos do presídio da PM nesta terça-feira (3/5) mostrou novas regalias que o grupo tinha na unidade prisional.
As mordomias foram observadas em duas fiscalizações. Segundo o G1, dentre o material que foi encontrado, anotações em cadernos indicam, para autoridades, que um dos presos fazia transações em criptoativos dentro da cadeia, “em valores equivalentes a milhares de reais”, por meio de um dispositivo com acesso à Internet.
Esses objetos foram encontrados na cela do capitão Marcelo Baptista Ferreira, que foi preso por envolvimento com uma quadrilha de clonagem de cartões de crédito.
Já na cela de Cabral e do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, acusado pelo assassinato da juíza Patricia Acioli, em 2011, foi encontrado um chuveiro com sistema de aquecimento de água. Além disso, potes com selo de um famoso restaurante de carnes do Rio.
Na mesma cela, também foi observado um revestimento de isopor no teto, para amenizar o calor. Foram achadas roupas em número “absolutamente excessivo” e fora dos padrões no alojamento, além de roupas femininas.
“Este fato, além de vedado (material de terceiros no alojamento), confere justa suspeita de possibilidade de irregularidade na concessão da visita deste interno pela unidade prisional”, disse o juiz Bruno Monteiro Rulière na decisão.
Transferência
A Vara de Execuções Penais (VEP) publicou a decisão de transferência dos detentos para o Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, na tarde de terça-feira (3/4).
O juiz Bruno Monteiro Rulière ressaltou, na decisão, que os fatos constatados em inspeções judiciais indicaram irregularidades gravíssimas nas rotinas de controle e segurança do endereço.
“Essa situação acaba por revelar, ainda que de forma momentânea, a inadequação da permanência destes presos na UPPMERJ, que se cuida de estabelecimento penal militar que apresenta ambiência absolutamente diversa das demais unidades prisionais do Estado”, pontuou.
O comboio com Cabral e os outros detentos do Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM, em Niterói, chegou à unidade prisional de segurança máxima na noite desta terça-feira (3/5).