Preso, Silvinei Vasques será transferido para a PF em Brasília
O ex-diretor-geral da PRF passará a noite na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A transferência será em avião da PF
atualizado
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Preso na manhã desta quarta-feira (9/8), em Santa Catarina, no âmbito da Operação Constituição Cidadã, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques, chega a Brasília ainda nesta quarta, às 16h30. Ele será transferido para a capital federal em um avião da PF.
O ex-diretor da PRF passará a noite em uma cela da Superintendência da Polícia Federal. Pela manhã, ele teve celulares, computador e passaporte apreendidos na operação que visa esclarecer suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral no segundo turno das eleições de 2022.
A PF investiga se Vasquez dificultou o trânsito de eleitores em 30 de outubro de 2022, principalmente no Nordeste. O maior reduto eleitoral de Luiz Inácio Lula Silva (PT) sofreu patrulhamento atípico e ostensivo durante as votações do segundo turno, com blitze das rodovias.
A prisão preventiva de Silvinei Vasquez foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo informação publicada em primeira mão pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha, a Polícia Federal cumpre outros 10 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso, também autorizados por Moraes.
A PF instaurou investigação contra Vasquez em novembro do ano passado, após pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Vídeos que circularam no dia do pleito mostram eleitores nordestinos em transporte público com queixas de não conseguirem chegar aos locais de votação, devido à interferência da PRF. Após a repercussão de imagens que registraram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Violência política de ex-diretor da PRF
Segundo a PF, os fatos apurados podem configurar prevaricação e violência política, crimes previstos no Código Penal Brasileiro, e os delitos de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, além de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar, no dia da eleição, o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, no Código Eleitoral Brasileiro.
A ação que prendeu Silvinei foi batizada pela PF de Operação Constituição Cidadã, em referência à Carta Magna promulgada em 1988, que garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto.