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Preso por crimes sexuais, médico pediu para ver bronzeado de paciente

“Depois, só fazer o bronzeamento e me mostrar”, teria dito o ginecologista a uma paciente. Conversa teria acontecido antes de um retorno

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goias medico abuso sexual
1 de 1 goias medico abuso sexual - Foto: Reprodução

Goiânia – Uma nova conversa atribuída ao ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, e uma paciente, aponta que o homem teria pedido para que ela mostrasse o bronzeado em uma consulta de retorno. A troca de mensagens foi registrada em um aplicativo de celular. O médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

Nicodemos está preso preventivamente desde a última quarta-feira (29/9), em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana. De acordo com a Polícia Civil, até o momento, 53 vítimas formalizaram denúncia de algum tipo de abuso por meio de boletins de ocorrência.

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"Posso testar?", perguntou o médico a uma paciente que questionava sobre anel vaginal
Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019
Vítima relatou abuso em sua página no Instagram
Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude
Mais de 40 vítimas já formalizaram denúncia contra o médico
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Médico teria pedido para que paciente mostrasse bronzeado para ele

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"Posso testar?", perguntou o médico a uma paciente que questionava sobre anel vaginal

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Ginecologista suspeito de abusos em entrevista para uma rádio de Anápolis (GO) em 2019

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Vítima relatou abuso em sua página no Instagram

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Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude

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Mais de 40 vítimas já formalizaram denúncia contra o médico

Arquivo pessoal
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Médico chegou a ser condenado em 2018

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Conforme o diálogo, o médico começa a conversa perguntando se a paciente está melhor. Segundo a delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, a mulher havia feito uma cirurgia com o ginecologista para a retirada de um DIU, que infeccionou. A mensagem foi enviada antes da consulta de retorno, em abril de 2020.

Após a resposta da paciente dizendo que já estava melhor, em processo de cicatrização, o médico diz: “ótimo. Depois, só fazer o bronzeamento e me mostrar, kkk”.

De acordo com a investigadora, a mulher sofreu abuso justamente na consulta de retorno. Segundo a delegada, durante a retirada do DIU, a mulher foi sedada e não se lembra se houve algum tipo de crime.

“Ele tocava de forma não ginecológica as vítimas, fazia com que a vítima tocasse no órgão genital dele. Era o mesmo modus operandi”, explicou a delegada Isabella Joy ao Metrópoles.

“Posso testar?”

Uma outra conversa também atribuída ao ginecologista e outra paciente revela que ele se insinuou e fez comentários de cunho sexual enquanto a mulher tirava dúvidas sobre um método contraceptivo.

De acordo com a Polícia Civil, a conversa teria acontecido no mês de julho de 2020, após uma consulta. Na conversa, a paciente pergunta se o uso do anel vaginal não atrapalharia a relação sexual. “Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”, responde o médico.

Clitóris

Vítimas relatam que, durante exames ginecológicos, o médico tentava manipular o clitóris, que é o órgão feminino relacionado ao prazer sexual. Isso teria ocorrido inclusive durante o exame de pré-natal em grávidas.

A investigadora conta que os depoimentos das vítimas são muito parecidos e algumas frases atribuídas ao suspeito são as mesmas para diferentes momentos de violação. A maior parte das vítimas é de Goiás (Anápolis, Pirenópolis, Goiânia e Abadiânia), mas também há mulheres de outras unidades da Federação, como Pará e Distrito Federal (onde ele foi condenado por crime parecido).

Além dos encontros presenciais, o médico mandava mensagens de cunho sexual para as pacientes. Ele indicaria, por exemplo, livros de conteúdo sexual em “tom de brincadeira”.

A aromaterapeuta Kethleen Carneiro, hoje com 20 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (30/9). A jovem relatou que quando tinha 12 anos o ginecologista ficou falando sobre “ponto G” e chegou a mostrar um quadrinho pornográfico para ela.

Veja o vídeo:

Vítima no Paraná

Uma mulher que mora em Porecatu, no Paraná, e preferiu não se identificar, relatou à polícia que também foi vítima do ginecologista, em 2018. À época, Nicodemos Júnior atendia no hospital municipal da cidade.

“Falei para ele que não tinha nada a ver com a consulta. Aí, ele pegou e falou que tinha a ver sim”, relatou.

A vítima contou que só conseguiu formalizar a denúncia em Porecatu algum tempo depois e por determinação de uma delegacia de Londrina. No início deste ano, ela foi informada que o processo foi arquivado. A mulher diz conhecer outras vítimas do médico na mesma cidade.

Defesa

Ainda à emissora, o advogado do médico, Carlos Eduardo Gonçalves Martins, afirmou que não cometeu nenhum dos crimes investigados e que pediu a revogação da prisão preventiva à Justiça.

Nicodemos foi preso em seu consultório, após a denúncia de três pacientes. Ele passou por audiência de custódia na  última sexta-feira (1°/10) e permanece detido. O caso está em segredo de Justiça.

 

 

 

 

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