Preso na Registro Espúrio diz que pode implicar ex-ministro
Renato Araújo Júnior promete apresentar informações sobre o envolvimento de Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o cargo em dezembro
atualizado
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Preso preventivamente na Operação Registro Espúrio e apontado como um dos principais operadores do PTB e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) no Ministério do Trabalho, o ex-servidor da pasta Renato Araújo Júnior disse, em depoimento à Polícia Federal, que era um mero “cumpridor de ordens” no esquema de fraudes na concessão de registros sindicais.
Araújo Júnior apontou que pode apresentar informações sobre o que chamou de “envolvimento” do ex-ministro Ronaldo Nogueira (PTB-RS). O político do Rio Grande do Sul deixou o cargo em dezembro para reassumir mandato de deputado. Ele não foi alvo da operação.
Araújo Júnior afirmou que Patah é ligado ao ex-ministro e que fazia pedidos a Nogueira. O ex-servidor declarou à PF que “futuramente, depois de tomar conhecimento acerca do teor dos autos, pretende prestar informações sobre o envolvimento de Ronaldo Nogueira.
“Que esclarece que os ‘pedidos’ (da UGT) eram direcionados não somente ao declarante, mas também a Renata Frias Pimentel, Leonardo Cabral, Carlos Lacerda e ao próprio ministro Ronaldo Nogueira; que futuramente pode declinar a participação de alguns deles nas fraudes sindicais”, diz trecho do depoimento.
As declarações foram dadas no dia 31 de maio e foi o segundo prestado pelo ex-servidor, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele encerrou a fala afirmando que “deseja que fique consignado o seu interesse em colaborar amplamente no curso da investigação, prestando novos depoimentos se necessário”.
Defesa
O ex-ministro Ronaldo Nogueira “refutou com indignação” a menção ao nome dele e afirmou que exonerou Renato Araújo Júnior no ano passado, quando soube que o Ministério Público Federal (MPF) na primeira instância havia aberto uma investigação sobre fraudes em registros sindicais. Nogueira negou a afirmação do ex-servidor de que recebia pedidos de Patah e disse que a relação que tinha com dirigentes de centrais sindicais era institucional.
“Graças a Deus, o único patrimônio que tenho é minha honra e meu nome. Não há qualquer possibilidade de se afirmar que o ministro fez qualquer pedido a ele. Defendo o aprofundamento das investigações”, afirmou o ex-ministro.