Preso, Anderson Torres é levado a batalhão da Polícia Militar em Brasília
Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF se entregou à Polícia Federal ao voltar dos Estados Unidos na manhã deste sábado
atualizado
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O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi levado ao 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará, e deve ser encaminhado à carceragem do 19º Batalhão da Polícia Militar (PMDF), no Complexo Penitenciário da Papuda, conhecida como “Papudinha”.
A audiência de custódia de Anderson Torres será realizada por videoconferência no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), dentro do complexo do 4º BPM. A decisão foi assinada pelo magistrado instrutor do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Airton Vieira. Conforme despacho deste sábado, a audiência ficou designada para o início da tarde.
Torres foi preso logo após o avião em que estava pousar em Brasília, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, vindo de um voo de Miami, nos Estados Unidos, por volta das 7h15 deste sábado (14/1). De acordo com os advogados, Torres se entregou à Polícia Federal.
As forças de segurança montaram um esquema especial para receber Anderson Torres. Ao descer da aeronave, o ex-ministro foi recebido por um delegado da PF e encaminhado ao hangar da corporação no Aeroporto de Brasília.
O pedido de prisão preventiva decorre do inquérito que apura os atos terroristas ocorridos em Brasília no último dia 8. No dia dos ataques aos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, Torres estava de férias, em Orlando, nos Estados Unidos.
Autoridades suspeitam que o ex-secretário tenha facilitado a ação dos extremistas que depredaram os prédios públicos.
Na noite dessa sexta-feira (13/1), o ex-ministro havia embarcado, escoltado por policiais, no Aeroporto de Miami, utilizando máscara e boné.
Pedido de prisão após atos golpistas
Anderson Torres foi nomeado secretário de Segurança do DF em 1º de janeiro e, entre outras medidas, desmontou as equipes que monitoravam os grupos golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília ao assumir o cargo, depois de deixar o governo de Jair Bolsonaro (PL). Ainda durante os atos terroristas provocados por bolsonaristas extremistas, ele foi exonerado do cargo por determinação do, então, governador Ibaneis Rocha (MDB).
Na última terça-feira (10/1), Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Torres e policiais federais estiveram na casa do ex-ministro, em Brasília, para cumprir um mandado de busca e apreensão.
Decreto do golpe
Um dos documentos obtido pelos policiais na operação é a minuta de um decreto para instalação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tinha o objetivo de anular as eleições presidenciais do ano passado, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).