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“Presidente não pode terceirizar a articulação”, diz Maia

O presidente da Câmara acredita que Bolsonaro deve assumir articulação e não transferir responsabilidades para Câmara e Senado

atualizado

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1 de 1 rodrigomaiaandredusek - Foto: André Dusek/Estadão

Pouco antes de participar de um congresso do PPS, em Brasília, na manhã deste sábado (23/3), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a jornalistas que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) “tem de parar de terceirizar a articulação política e dizer que é contrário à proposta de reforma da Previdência”.

Do Chile, Bolsonaro também criticou Maia. Disse que os atritos recentes acontecem porque alguns políticos não querem largar a velha política. Na ocasião, ele associou as dificuldades de tramitação da reforma à permanência da política do “toma lá, dá cá”.

Na avaliação do deputado federal, o posicionamento do presidente atrapalha a tramitação da proposta e gera insegurança. Ele afirmou ainda que não foi procurado pelo presidente após a tensão instalada nesta semana entre o Palácio do Planalto e o Congresso em relação à proposta.

“Não me ligou, não terá encontro, não preciso de encontro. Ele não precisa me convencer a ser a favor da Previdência. O Paulo Guedes (ministro da Economia) é que precisa continuar a convencer ele a ser a favor da Previdência”, afirmou.

“Quem precisa conversar é ele com sua equipe econômica para parar de falar que é contra a Previdência. Ele não pode ser contra algo que vai mudar a vida dos brasileiros para melhor, ele não pode ser contra algo que vai fazer o Brasil crescer e a gerar emprego, o que ele precisa é ter convicção”, disse.

Articulação em foco
Maia declarou ainda que Bolsonaro precisa mostrar que tem novas propostas a serem apresentadas ao país. “Esperamos que, a partir de amanhã (domingo), com ele no Brasil, chame deputado, que ele explique o que ele quer, o que ele defende além da Previdência, como ele vai enfrentar a pobreza com algum projeto diferente do PT, como vai cuidar da habitação brasileira em algum projeto diferente do PT. Senão a gente vai achar que os governos são muito parecidos, porque até agora ninguém propôs nada diferente do que o PT construiu nos últimos 13 anos.”

Ainda, Maia voltou a dizer que vai dialogar com os deputados, mas que não cabe a ele construir a base de apoio do governo para aprovar a proposta. Para ele, o Planalto precisa assumir a liderança na articulação.

“Esse assunto de conflito já viramos a página, o que a gente precisa é mostrar para a sociedade que a gente tem responsabilidade, que o governo tem responsabilidade, que o governo vai sair de conflitos nas redes sociais e vai para o mundo real”, disse.

Com informações da Agência Estado

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