“Presidente não morrerá presidente”, diz Bebianno sobre Bolsonaro
O ministro respondeu a afirmação do presidente sobre ter que “voltar às origens” se o caso da candidata “laranja” fosse confirmado
atualizado
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Jogado aos leões em meio a crise no governo com os candidatos laranjas do PSL, o ministro Gustavo Bebianno continua a atirar. E troca de tiros parece especialmente acirrada com o presidente Jair Bolsonaro. Bebianno respondeu a afirmação dada na última quarta-feira (14/2) pelo presidente de que, caso seja comprovado o envolvimento de seu ministro com o caso, Bebianno terá que “voltar às origens”. Para a revista Crusoé, o atual titular da Secretaria-Geral da Presidência afirmou que “todos voltaremos às nossas origens”. “O presidente não morrerá presidente”, disse. As informações são do BR18.
“Eu imagino que ele esteja com esse medo [do caso respingar nele]. Eu imagino que ele esteja com essa preocupação infundada. Alguém botou minhocas na cabeça dele em relação a esse assunto. Por que ele não tem essa preocupação em relação a Minas Gerais? “, afirmou.
O caso
Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, ao dizer ter conversado três vezes com o presidente por telefone sobre as denúncias de que o PSL colocou laranjas como candidatas para desviar dinheiro do fundo eleitoral na eleição do ano passado. À época, Bebianno presidia o PSL. A intenção do ministro com a declaração era mostrar que não havia crise instalada no governo com o caso, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
A postagem de Carlos sobre a “mentira absoluta” de Bebianno foi posteriormente compartilhada por Jair Bolsonaro. Ainda na noite de quarta, o presidente confirmou à RecordTV que, caso seja comprovado o envolvimento do ministro no esquema, o destino dele será “voltar às suas origens”.
Alguns poucos áudios
À Globonews, Bebianno negou ter mentido sobre os diálogos com o chefe do Executivo. “Mantive contatos com o presidente, como eu já disse. Tratamos de um assunto institucional e de um outro relacionado à viagem ao Pará. (…) Contato houve, por WhatsApp, alguns poucos áudios”, afirmou.
Bebianno disse ainda que recebeu as notícias sobre as postagens nas redes sociais com “certa tristeza e perplexidade” e não entrará na discussão com Carlos. “Enquanto ministro de Estado, vou manter a minha postura e liturgia inerente à função. Não comento esse tipo de coisa”, frisou.
Sobre a acusação de repasse a uma candidata laranja do PSL na última eleição, enquanto Bebianno era presidente do partido, o ministro negou irregularidades e afirmou que seria “humanamente impossível” saber se determinado candidato do partido teria condições de se eleger ou não.