Presidente italiano agradece a Temer pela extradição de Battisti
Sergio Mattarella diz que ato contribui para fazer justiça às vítimas dos delitos cometidos pelo ex-ativista italiano
atualizado
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Logo depois que o presidente Michel Temer assinou decreto nesta sexta-feira (14/12) extraditando o terrorista italiano Cesare Battisti, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, enviou uma carta ao emedebista agradecendo o que chamou de “gesto”. São informações da Folha de S.Paulo.
Mattarella disse que a determinação do governo brasileiro “contribui para fazer justiça às vítimas dos delitos pelos quais Cesare Battisti foi condenado pelo Estado italiano”. “O gesto de Vossa Excelência constitui o significativo testemunho da antiga e sólida amizade entre Brasil e Itália e revela a sensibilidade para com uma situação complexa e delicada, que suscita sentimentos de intensa participação na opinião pública do nosso país”, escreveu.
O presidente italiano afirmou expressar “sinceros agradecimentos”, já que Battisti foi “condenado pela Justiça italiana por crimes gravíssimos e até hoje se subtraiu à execução das relativas sentenças”.
Já o vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, reagiu com entusiasmo à notícia. “Fico furioso com o fato de um condenado à prisão perpétua curtir a vida nas praias do Brasil, na cara das vítimas”, escreveu Salvini em uma rede social. “Darei muito crédito ao presidente Bolsonaro se ajudar a Itália a obter justiça ‘presenteando’ Battisti com um futuro em nossas cadeias”, disse.
“Se necessário, pego o primeiro voo para finalmente trazer de volta à Itália um delinquente condenado a prisão perpétua”, completou o direitista Salvini, também ministro do Interior, que tem se celebrizado por um discurso anti-imigração e por desafiar com frequência normas e decisões da União Europeia (UE).
Reação da imprensa
A imprensa italiana também segue o caso com atenção. O maior jornal, La Reppublica, reserva vários títulos de sua versão digital à possível prisão e extradição. “O Brasil pede a prisão de Cesare Battisti: ‘perigo de fuga’. Mas ele está desaparecido”, diz um deles.
Em outra chamada, o diário apresenta o italiano como “o terrorista condenado à prisão perpétua, mas ‘solto’ pela política”, uma referência à decisão do ex-presidente Lula de não expulsá-lo, no último dia de seu segundo mandato, em dezembro de 2010.