Presidente do STJ derruba obrigação de Bolsonaro mostrar exames de Covid-19
O ministro João Otávio de Noronha atendeu a pedido da AGU, e Bolsonaro não precisa mais divulgar laudos de seus exames
atualizado
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Atendendo a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, derrubou as três decisões que obrigavam Bolsonaro a apresentar os laudos dos seus exames de coronavírus.
O desembargador André Nabarrete, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), havia decidido na quarta-feira (06/05) manter a obrigação de o presidente Jair Bolsonaro entregar “os laudos de todos os exames” realizados para detectar o coronavírus, conforme havia sido determinado pela Justiça Federal de São Paulo.
Conforme revelou o Metrópoles em abril, com o presidente do Serpro, Caio Mario Paes de Andrade, ao menos 24 pessoas que participaram de uma viagem que Bolsonaro fez aos Estados Unidos em março pegaram coronavírus, incluindo ministros palacianos e assessores diretos de Bolsonaro.
Atendendo pedido do jornal O Estado de São Paulo, a Justiça Federal de São Paulo determinou, na semana passada, que o governo entregasse os exames em 48 horas. A AGU, porém, resistiu e decidiu recorrer ao STJ.
O presidente disse que fez dois exames que deram negativos, mas jamais os divulgou. O jornal O Estado de S. Paulo conseguiu na Justiça a ordem para que os laudos fossem divulgados com a justificativa de serem de interesse público.
Bolsonaro tem alegado que a divulgação seria uma invasão de sua privacidade. Ele também já disse que não deu seu nome verdadeiro quando enviou as amostras para testagem.
Além disso, o Hospital das Forças Armadas (HFA), onde Bolsonaro fez os testes, omite à Secretaria de Saúde do Distrito Federal o resultado de dois exames.
Enquanto isso, a oposição usa politicamente o episódio e o acusa de mentir.