metropoles.com

Presidente do STF, Barroso nega crise com o Congresso e sugere diálogo

Luís Roberto Barroso tomou posse como presidente do STF nesta quinta-feira e concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta sexta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Manoela Alcântara/Metrópoles
foto colorida do ministro Luís Roberto Barroso com sua equipe no stf
1 de 1 foto colorida do ministro Luís Roberto Barroso com sua equipe no stf - Foto: Manoela Alcântara/Metrópoles

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, comentou, nesta sexta-feira (29/9), as últimas animosidades entre o Congresso Nacional e a Corte, no que diz respeito a críticas sobre decisões dos ministros e ao episódio do Marco Temporal. Barroso concedeu coletiva de imprensa um dia após tomar posse como presidente.

Questionado por jornalistas sobre uma possível “crise” entre os Poderes, Barroso afirmou: “Não vejo crise entre Congresso e STF. O que existe é a necessidade de relações institucionais pautadas no diálogo e na boa-fé. Não tenho nenhuma dúvida de que isso ocorrerá”, afirmou.

Nas últimas semanas, dois episódios provocaram rusgas entre representantes dos Poderes. O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), fez reiteradas críticas às decisões do STF. Em 19 de setembro, por exemplo, o assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Osmar Crivelatti, faltou na sessão marcada pela CPI sob aval da Suprema Corte. Segundo Maia, as decisões obstruem o trabalho da comissão.

“Se um ministro do Supremo Tribunal Federal se acha com direito, com poder de dar uma liminar autorizando alguém a não comparecer à CPMI e, por conseguinte, desmoralizando essa CPMI e tirando o poder dessa CPMI e esvaziando, obstruindo, obviamente que nós estamos, na verdade, brincando de fazer CPMI”, disse Maia.

Logo após o STF derrubar o Marco Temporal para demarcação de terras indígenas, o Congresso aprovou o projeto de lei que estabelece regras para a gestão e demarcação de terras ocupadas por povos originários no país, que diz o contrário do aprovado pela Suprema Corte. A decisão foi vista como uma afronta ao colegiado.

Também na coletiva desta sexta, Barroso afirmou que o projeto de lei ainda será sancionado pelo presidente e pode voltar ao STF com algum questionamento; então, o magistrado se sente impedido de comentar. Barroso apresentou, ainda, a equipe que vai atuar em seu gabinete (foto).

Recessão democrática

Em seu discurso de posse, Barroso criticou os tempos de “recessão democrática”. “Mas a recessão democrática fluiu, também, pelos desvãos da democracia: as promessas não cumpridas de oportunidades, prosperidade e segurança para todos. As democracias contemporâneas precisam equacionar e vencer os desafios da inclusão social, da luta contra as desigualdades injustas e do aprimoramento da representação política”, destacou.

Barroso também defendeu maior representatividade de mulheres no Judiciário e maior diversidade racial. “Aumentar a participação de mulheres nos tribunais, com critérios de promoção que levem em conta a paridade de gênero. E, também, ampliar a diversidade racial”, disse o ministro.

Ao falar sobre os ataques antidemocráticos de 8/1, Barroso afirmou que “as Forças Armadas não sucumbiram ao golpismo”. “Um país não é feito de nós e eles, somos um só povo. A democracia venceu e precisamos trabalhar para a pacificação do país.”

Atuação

Durante atuação como ministro no STF, Barroso assumiu a relatoria de julgamentos de destaque, como o piso nacional da enfermagem (ADI 7222), Fundo do Clima (ADPF 708), candidaturas avulsas, sem filiação partidária (RE 1238853), proteção aos povos indígenas contra a invasão de suas terras (ADPF 709), e contra despejos e desocupações de pessoas durante a pandemia de Covid-19, além das execuções penais dos condenados na AP 470 (mensalão).

Barroso é graduado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde é professor titular de direito constitucional; tem mestrado na Universidade de Yale (EUA), doutorado na Uerj e pós-doutorado na Universidade de Harvard (EUA).

Lecionou ainda como professor visitante nas Universidades de Poitiers (França), de Breslávia (Polônia) e de Brasília (UnB). Foi também procurador do estado do Rio de Janeiro e advogado constitucionalista.

Como advogado, participou de julgamentos no STF, como a defesa da Lei de Biossegurança, reconhecimento das uniões homoafetivas e interrupção da gestação em caso de feto anencéfalo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?