Presidente do INSS sobre fim do teletrabalho: “É um movimento natural”
Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, assegurou que volta ao trabalho presencial dos servidores do órgão não será feito de modo brusco
atualizado
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A determinação de que os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não farão mais teletrabalho a partir de 1º de agosto repercutiu mal entre sindicatos e organizações dos trabalhadores. Mas o presidente do instituto garantiu que isso não será feito de modo brusco.
Ao Metrópoles, Alessandro Stefanutto afirmou que a modalidade de trabalho remoto tinha sua justificativa com a pandemia de Covid-19. Entretanto, as vacinas e cuidados agora tomados fizeram que outros órgãos do setor público e empresas privadas voltassem ao presencial.
“É um movimento natural, porque primeiro o trabalho remoto tem que ser feito a favor do órgão e do segurado a que a gente atende. Ele não é um direito”, afirmou. “Mas tudo vai ser feito com muita tranquilidade, negociado. É só uma adequação”, garantiu.
Stefanutto argumenta que o atendimento “cara a cara” com a população é essencial, uma vez que o público do INSS é formado por pessoas mais velhas e/ou em situação de vulnerabilidade.
Além disso, a maioria não conta com formação tecnológica para entender e acessar os serviços virtuais.
Por fim, aponta que não é questão de serem “muitos ou poucos” os que estão em teletrabalho, mas a identificação de dificuldades no trabalho remoto, especialmente na gestão.
“Servidores de gestão, que são chefes, não podem estar no trabalho remoto. Todos os chefes voltarão ao trabalho presencial”, assegurou ele. Stefanutto sabe da resistência vinda dos servidores, mas insistiu a atuação on-line não cabe para cargos de chefia.
Fim de teletrabalho no INSS
A ordem do fim do teletrabalho veio com o seguinte texto: “Com o intuito de aperfeiçoarmos o trabalho presencial na Administração Central a partir de 01 de agosto de 2024, solicitamos que apresentem até o dia 22 de julho de 2024 o plano de desmobilização do trabalho remoto no âmbito de suas respectivas unidades, que compõe a Administração Central”.
O plano de desmobilização deve contemplar todos os servidores nominalmente e apresentar justificativa no caso de permanência excepcional de um servidor em trabalho remoto. Posteriormente à apresentação do plano de desmobilização, será definida a porcentagem máxima de autorização para trabalho remoto em cada unidade.
Em reação, servidores veem “politicagem” do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e negam que essa mudança vá resolver o problema de atendimento.
O trabalho remoto vai continuar sendo usado, mas dentro das práticas da Esplanada dos Ministérios e do mercado privado. No caso de servidores do INSS que analisam processos, por exemplo, é possível a manutenção do teletrabalho, mas com acréscimo das metas definidas.
Os servidores dizem que faltam equipamentos para o trabalho presencial, e seria necessário um investimento bilionário antes da iniciativa. Também alegam que o home office praticamente dobrou a produção e foi fundamental para a redução da fila de espera.
A categoria tem buscado interlocução com a gestão do INSS nos bastidores para tentar negociar uma alternativa que preserve o que consideram “benefícios” em termos de produtividade do home office combinado com um modelo de retomada do atendimento presencial à população.