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Presidente do Inep garante reaplicação do Enem para barrados: “Não vamos exigir provas”

Ao Metrópoles, Alexandre Lopes afirmou que estudantes que se sentiram prejudicados terão apenas de relatar as situações no site

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Rachel Sheherazade entrevista Alexandre Lopes
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Alexandre Lopes - Foto: Vídeo/Metrópoles

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que os estudantes barrados durante o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no domingo (17/1), poderão fazer os testes nos dias 23 e 24 de fevereiro.

“A gente não vai exigir do participante uma prova [de que ele foi barrado]. Basta ele entrar na página, na internet, e fazer a solicitação. Vamos comparar com as informações registradas na ata da sala para conceder a reaplicação. O participante não vai ser prejudicado, ele não precisa ter um documento, um comprovante, nada”, afirmou (confira a partir de 16′).

De acordo com o presidente do Inep, todos os incidentes logísticos serão reportados em atas preenchidas pelos responsáveis pela aplicação das provas. “Serão 201 mil atas de 201 mil salas de aplicação”, disse. De acordo com Lopes, os documentos serão analisados a fim de apurar o que ocorreu para estudantes inscritos terem sido impedidos de fazer o exame por não haver cadeiras suficientes – dentro das regras de distanciamento com o objetivo de evitar a disseminação da Covid-19 – nos locais de prova. “A posição final e oficial só será definida após a leitura das atas.”

“Durante a aplicação das provas, em contato com os coordenadores, foram reportadas 11 situações em que isso teria acontecido. Estamos apurando se isso aconteceu em mais lugares”, explicou. As solicitações para ter acesso à reaplicação da prova poderão ser feitas a partir do dia 25 de janeiro. “Essas pessoas não perderam o Enem 2020”, garantiu o presidente do Inep.

Além dos jovens barrados, farão as provas na data de reaplicação os estudantes do estado do Amazonas – onde uma decisão judicial impediu a realização do exame – e os inscritos contaminados ou com sintomas de Covid-19. De acordo com o presidente do Inep, 8.180 alunos já relataram não terem comparecido aos locais de prova no último domingo por estarem com a doença.

Aglomerações

O presidente do Inep afirmou que, apesar das cenas de aglomeração de estudantes dentro e fora dos locais de prova no domingo, os protocolos de segurança serão mantidos. “O planejamento segue o mesmo. A abertura dos portões permanece com meia hora de antecedência, porque as provas só são distribuídas no próprio dia”, disse.

“Nós entramos em contato com as autoridades locais, com as forças de segurança, para que ajudassem a dispersar as pessoas antes da abertura [dos portões]. Mas são seres humanos. A gente solicita, a gente orienta, a gente pede a compreensão das pessoas neste momento de pandemia”, afirmou.

Alexandre Lopes disse que a abstenção superior a 50% surpreendeu a pasta, mas classificou a realização do exame como uma vitória. “Historicamente, a abstenção no Enem sempre foi acima de 25%, ano passado foi de 23%. Nós esperávamos que neste ano fosse um pouco maior”, afirmou (3′). “Foi uma vitória conseguir fazer um exame dessa magnitude em um momento de pandemia.”

O presidente do Inep afirmou que o adiantamento do Enem prejudicaria, principalmente, os estudantes mais pobres. “O resultado do Enem é utilizado em processos seletivos que vão dar o acesso à universidade pública, por meio do sistema de cotas, de bolsas parciais ou integrais, o Prouni, ou do financiamento estudantil, o Fies. Como os jovens pobres teriam acesso a esses mecanismos se não tivesse o Enem?”, disse. “Não ter o Enem significa que só quem é estudante de escola particular, só quem tem condições de pagar uma mensalidade, entraria nas universidades”, argumentou (25’35”).

Na entrevista, Alexandre Lopes também comentou as críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a uma das questões do exame. “Eu não interfiro, não li a prova. O ministro não leu, o presidente não leu”, afirmou (7’30”). Ele falou ainda sobre o processo de elaboração do Enem e das expectativas para a segunda etapa do exame.

Confira a entrevista:

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