Presidente do Inep diz que Enem só será replicado em 23 e 24 de fevereiro
Alexandre Lopes afirmou não será possível adotar a medida em todas as cidades fechadas devido à pandemia
atualizado
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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, garantiu que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão aplicadas nos dias 17 e 24 em todo o país.
Segundo ele, as cidades com restrições severas em relação à pandemia, nas quais a Justiça proibiu a prova, poderão realizar o exame nos dias 23 e 24 de fevereiro.
Segundo Lopes, essa data será no mesmo dia em que o Exame será aplicado para pessoas presas.
“A reaplicação do Enem vai ser no dia 23 e 24 de fevereiro. Essa data é o mesmo dia das pessoas privadas de liberdade”, disse Lopes em entrevista à Globonews.
Lopes ponderou, no entanto, que não há como realizar a reaplicação da prova para todas as cidades devido à logística empregada na distribuição.
“Não há garantia de que haverá a reaplicação para todas as cidades que estão em lockdown. Por exemplo, para fazer a prova agora, nós começamos a distribuição em 11 de dezembro. Tem locais da Amazônia que a prova só chega de barco. Não é tão simples reimprimir a prova e fazer chegar na cidade”, ponderou.
Devido ao acirramento da pandemia, a aplicação do exame enfrenta resistência de muitos gestores e algumas cidades e estados já conseguiram liminares na Justiça suspendendo a prova.
É o caso de algumas cidades de São Paulo e do estado do Amazonas, onde a Justiça Federal suspendeu na noite de quarta-feira (13/1) a realização do exame em função do avanço da Covid-19.
Pela decisão do juiz Ricardo Augusto de Sales, da 3ª Vara Federal Cível do Amazonas, a realização do Enem no Amazonas deve ficar suspensa enquanto durar o estado de calamidade pública decretado pelo governo estadual.
Na semana passada, o governador Wilson Lima publicou decreto que estende o estado de calamidade por mais 180 dias.
O magistrado atendeu um pedido de liminar feito pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM) e o vereador Amom Mandel (Podemos).
Lopes informou que, apesar da decisão judicial, o Inep segue em conversa com o governo do Amazonas e com a Prefeitura de Manaus para buscar uma alternativa para a aplicação da prova.
“Ainda existe um canal aberto de diálogo para que a gente busque uma solução para o estado. Eu posso dizer é que, apesar da decisão judicial, a conversa está sendo muito produtiva e que estamos buscando uma solução negociada para o estado do Amazonas”, declarou.